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Profissionais são preparados em tabagismo, hipertensão e diabetes

Considerada uma droga poderosa, a nicotina atua no sistema nervoso central como a cocaína, com uma diferença: chega ao cérebro em apenas 7 segundos – 2 a 4 segundos mais rápido que a cocaína. É normal, portanto, que, ao parar de fumar, os primeiros dias sem cigarros sejam os mais difíceis, porém as dificuldades serão menores a cada dia. As considerações são do Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão do Ministério da Saúde responsável por coordenar e executar o Programa de Controle do Tabagismo no Brasil. Com base no programa, a Secretaria da Saúde do Estado inicia nesta terça e quarta-feira, 17 e 18 de abril, a preparação de médicos, enfermeiros e farmacêuticos para a implantação do tratamento de fumantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A Oficina de Monitoramento das Ações de Hipertensão Arterial, Diabetes e Tabagismo reunirá no auditório Waldir Arcoverde, Avenida Almirante Barroso, 600, Praia de Iracema, das 8h30min às 16 horas, 60 profissionais de saúde da Coordenadoria Regional de Saúde (CRES) de Caucaia, que compreende dez municípios. A oficina abordará questões referentes ao tratamento do fumante, monitoramento, planilhas, Sistemas de Informação em Saúde, Assistência Farmacêutica, tratamento da hipertensão arterial e Diabetes Mellitus no nível da atenção básica à saúde. Com relação ao tabagismo, o objetivo é inserir o tratamento do fumante na rotina da assistência à saúde e organizar a rede de saúde para atender a demanda de fumantes que desejam parar de fumar. A CRES de Quixadá será a próxima a receber a oficina.

O programa nacional estabelece que o tratamento do tabagismo deve ser realizado através da abordagem cognitivo-comportamental obrigatória e apoio medicamentoso quando indicado. Pode ser realizado por qualquer unidade de saúde pertencente ao SUS, de qualquer nível hierárquico, com ambiente 100% livre do tabaco. O Ministério da Saúde adquire e encaminha para as secretarias municipais de saúde que tiverem unidades credenciadas para o atendimento ao tabagista os medicamentos (adesivo transdérmico de nicotina, goma de mascar de nicotina e cloridrato de bupropiona) e os Manuais do Participante a serem utilizados durante o tratamento.

A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2011), realizado pelo Ministério da Saúde, divulgada na terça-feira, 10 de abril, revela que, de 2006 a 2011, o percentual de fumantes passou de 16,2% para 14,8% no Brasil. O Vigitel 2011 apontou que 11,8% dos brasileiros não-fumantes moram com pelo menos uma pessoa que fuma dentro de casa. Além disso, 12,2% das pessoas que não fumam convivem com algum colega fumante no local de trabalho. De acordo como o INCA, pelo menos 2,6 mil não fumantes morrem no Brasil por ano devido a doenças provocadas pelo tabagismo passivo. Realizada nas capitais, a pesquisa mostrou que 10% da população de Fortaleza é de fumantes.

As estatísticas revelam que os fumantes comparados aos não fumantes apresentam um risco…

– 10 vezes maior de adoecer de câncer de pulmão
– 5 vezes maior de sofrer infarto
– 5 vezes maior de sofrer de bronquite crônica e enfisema pulmonar
– 2 vezes maior de sofrer derrame cerebral

Se parar de fumar agora

– após 20 minutos sua pressão sangüínea e a pulsação voltam ao normal
– após 2 horas não tem mais nicotina no seu sangue
– após 8 horas o nível de oxigênio no sangue se normaliza
– após 2 dias seu olfato já percebe melhor os cheiros e seu paladar já degusta a comida melhor
– após 3 semanas a respiração fica mais fácil e a circulação melhora
– após 5 A 10 anos o risco de sofrer infarto será igual ao de quem nunca fumou

Hipertensão

A hipertensão arterial, outro tema da oficina da Secretaria da Saúde do Estado, é o maior fator de risco para a doença cardiovascular, principal causa de morte no Brasil e no Ceará e está associada a enfermidades como diabetes e às complicações renais. No Estado, a hipertensão arterial acomete 935 mil pessoas com mais de 30 anos de idade. Se não tratada, a pressão alta pode provocar derrames cerebrais, doenças do coração, como o infarto, insuficiência cardíaca (aumento do coração) e angina (dor no peito), insuficiência renal ou paralisação dos rins e alterações na visão que podem levar à cegueira.

As pessoas com excesso de peso, que não têm alimentação saudável, ingerem muito sal, não fazem atividades físicas, consomem muita bebida alcoólica, são diabéticas ou têm familiares hipertensos correm maior risco de serem hipertensas. A maioria das pessoas com hipertensão não apresenta nenhum sintoma no início da doença. Por isso, é chamada de doença silenciosa. A única forma de saber se a pressão está alta é verificando regularmente, com aparelhos calibrados e profissionais preparados. Os principais sintomas do aumento de pressão arterial são dor de cabeça, cansaço, tonturas, sangramento pelo nariz. Hipertensão arterial não tem cura. Tem controle, com acompanhamento médico, mudanças de hábitos alimentares, realização de exercícios físicos.

Uma vez feito o diagnóstico, o hipertenso deve se submeter a mudanças de estilo de vida antes de se iniciar terapia com medicamentos. As principais são:

– Redução de peso
– Iniciar exercícios físicos
– Abandonar cigarro
– Reduzir o consumo de álcool
– Reduzir consumo de sal
– Reduzir consumo de gordura saturada
– Aumentar consumo de frutas e vegetais

Diabetes

A hipertensão é fator de risco para a Diabetes Mellitus. Essa doença está entre as cinco que mais matam, chegando cada vez mais ao topo da lista. É uma doença metabólica caracterizada pelo aumento anormal de glicose (açucar) no sangue. Embora ainda não haja uma cura definitiva, há vários tratamentos que podem melhorar a qualidade de vida:

Fatores de risco da diabetes

– Urbanização crescente
– Idade maior de 45 anos (envelhecimento da população)
– Estilo de vida pouco saudável, como: sedentarismo, dieta inadequada e obesidade
– Sobrepeso (IMC – índice de massa corporal maior ou igual a 25)
– Antecedente familiar
– Hipertensão arterial (maior que 14 por 9)
– Colesterol e/ou triglicerídios maior que o normal
– História de macrossomia ou diabetes gestacional
– Diagnóstico prévio de síndrome de ovários policísticos
– Doença cardiovascular, cerebrovascular ou vascular periférica definida

Prevenção da diabetes

– Mudanças de estilo de vida
– Redução de peso (entre 5% a 10% do peso)
– Aumento da ingestão de fibras
– Restrição de gorduras, especialmente as saturadas
– Aumento de atividade física regular

Fonte: Secretaria de saúde do Estado do Ceará

Zeudir Queiroz