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Ceará registra caso raro de ameba “comedora de cérebro” que vitimou criança em Caucaia

Foto: Reprodução

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) está investigando um caso inédito de meningoencefalite amebiana primária no Brasil, causado pela Naegleria fowleri, uma ameba rara e letal. A doença levou à morte uma criança de apenas 1 ano e 3 meses em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza, no mês de setembro. Este é o primeiro caso registrado no país, embora a condição já seja conhecida em países como os Estados Unidos.

Detalhes do Caso

O caso foi identificado em 12 de setembro, quando a criança apresentou febre alta e dor de garganta, sintomas que rapidamente evoluíram para irritação meníngea, dores musculares e vômitos. Apesar de receber atendimento médico, a vítima não respondeu aos tratamentos iniciais e faleceu em 19 de setembro. Exames realizados pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO) do Ceará confirmaram a presença da Naegleria fowleri.

A suspeita é que o contato com a ameba tenha ocorrido durante o banho doméstico, já que a criança não frequentava rios, lagos ou açudes — locais típicos onde a ameba costuma habitar. A Naegleria fowleri prospera em águas doces quentes e paradas, entrando no corpo humano pelas narinas e migrando para o cérebro, onde causa danos graves ao sistema nervoso central.

Letalidade e Transmissão

Popularmente chamada de “ameba comedora de cérebro”, a Naegleria fowleri tem uma taxa de letalidade extremamente alta, chegando a 97%, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A infecção não é transmissível de pessoa para pessoa, nem tem alto potencial de contágio, mas seu impacto em indivíduos infectados é devastador. Ainda não há cura comprovada, e os tratamentos existentes têm eficácia limitada.

Alerta e Medidas de Prevenção

A Sesa destacou que a meningoencefalite amebiana primária não representa risco de disseminação em larga escala, mas reforça a necessidade de medidas preventivas. Entre as principais recomendações está evitar mergulhos em águas potencialmente contaminadas, especialmente em locais conhecidos por abrigar a ameba. Além disso, cuidados com a qualidade da água utilizada em residências são essenciais.

O caso despertou atenção para a vigilância epidemiológica no estado, reforçando a necessidade de conscientização e pesquisa sobre infecções raras como a causada pela Naegleria fowleri. A Sesa segue monitorando a situação e investigando as circunstâncias do caso para evitar novos episódios.

Próximos Passos

Este episódio ressalta a importância de aumentar a pesquisa sobre a Naegleria fowleri no Brasil e de implementar políticas públicas que garantam o acesso a água tratada e de qualidade, especialmente em regiões mais vulneráveis. Além disso, as autoridades devem intensificar campanhas de conscientização para alertar a população sobre os riscos e formas de prevenção contra a exposição a essa e outras ameaças semelhantes.

Com informações do Gcmais

Zeudir Queiroz