
A escalada da violência não apenas gera medo e insegurança: ela também movimenta bilhões na chamada economia da segurança. Quanto mais o crime avança, mais cresce o faturamento de empresas que oferecem vigilância privada, monitoramento e proteção patrimonial. No Ceará, esse ciclo tornou-se ainda mais preocupante diante de denúncias que apontam a ligação entre empresários do setor e facções criminosas.
De acordo com investigações da Polícia Federal e da inteligência da Polícia Civil, já existem evidências concretas da formação de um “consórcio criminoso”, envolvendo representantes do setor empresarial e integrantes de organizações criminosas. “Serão todos presos”, afirmou o governador Elmano de Freitas, destacando que o Estado está atento à tentativa de enraizamento desse modelo de crime organizado.
A rede criminosa é complexa e multifacetada. O crime organizado, hoje, já não se limita a becos ou comunidades periféricas. Ele opera com tentáculos que envolvem o comércio ilegal de armas, o aliciamento de jovens vulneráveis, e, mais grave, a infiltração em instituições — como forças policiais, empresas de segurança, escritórios de advocacia e até setores do Ministério Público e do Judiciário.
Especialistas alertam que a raiz do problema está também na histórica negligência com a educação no Brasil. Em um país com imensa desigualdade social, muitos jovens sem acesso a estudo ou emprego veem no crime uma oportunidade de ascensão. No entanto, quando tentam abandonar a vida criminosa, muitas vezes aos 20 e poucos anos, já é tarde demais — e acabam mortos por quem está chegando para tomar o seu lugar.
O desafio é enorme e exige uma resposta articulada entre os poderes públicos e a sociedade civil. É preciso combater o crime na sua base e nos seus bastidores — onde empresários, agentes públicos e criminosos, em conluio, fazem da insegurança um negócio lucrativo.
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Com informações do Blog do Roberto Moreira
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