Dos 11 vereadores presentes na sessão, dez foram favoráveis à destituição. O vice-prefeito, Paulo Justa (PPL), já foi empossado
O prefeito de Canindé, Celso Crisóstomo (PT), foi cassado nesta sexta-feira, 4, pela Câmara Municipal. Dos 11 vereadores presentes na sessão, dez foram favoráveis à destituição. O vice-prefeito,Paulo Justa (PPL), já foi empossado.
Crisóstomo foi condenado este ano por improbidade administrativa. De acordo com o Judiciário, houve uso irregular da verba de Contribuição de Iluminação Pública (CIP) nos anos de 2013 e 2014. Conforme investigação do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), a gestão utilizou, sem autorização legal, os valores depositados na conta vinculada da CIP que deveriam ser destinados ao pagamento de consumo de energia elétrica de prédios públicos em um repasse para consórcio de saúde. A mudança no destino do recurso teria sido para quitar parcelamento de dívidas do Município, o que teria causado prejuízo ao erário e ao sistema de iluminação pública.
GUERRA POLÍTICA
Desde o começo do ano, Celso é assombrado com a possibilidade. Em maio, Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pediu afastamento do prefeito, afirmando ter encontrado irregularidades na CIP. Mas foi em junho que os vereadores decidiram, por dez votos a quatro, que Celso deveria ser afastado do posto, cumprindo determinação da 2ª Vara da Comarca de Canindé. Ele foi reintegrado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJ-CE) no último dia 28.
O então prefeito sempre negou as acusações. Segundo ele, tratava-se de conspiração de seus adversários. Em entrevista na Assembleia Legislativa em junho – acompanhado dos deputados estaduaisElmano de Freitas, Raquel Marques e Moisés Brás (todos do PT) -, ele afirmou ter existido um esquema de propina para afastá-lo e beneficiar o vice-prefeito.
No dia da reintegração, o petista chegou a reunir aliados para seu retorno, transformou seu retorno em um ato de desagravo. “Vamos superar essa guerra política e toda essa violência. Não ao golpe. É aqui em Canindé, no Ceará e no Brasil”, declarou.
O POVO tentou entrar em contato com Celso Crisóstomo e Paulo Justa, mas as ligações não foram atendidas.
Para entender o caso
27/5
Justiça reconhece o desvio de finalidade na aplicação das receitas da CIP. Diante da irregularidade, o juiz determinou a perda da função pública do prefeito de Canindé, a suspensão de seus direitos políticos, o pagamento de multa civil e a proibição de contratar com o Poder Público.
2/6
Proposta de afastamento do prefeito começa a tramitar na Câmara Municipal. Crisóstomo afirma que foi chamado para reunião com três dos cinco vereadores, que teriam pedido R$ 100 mil para que não aceitassem o suborno para votarem contra o petista. O prefeito afastado diz que recusou a proposta. Após a gravação do telefonema entre vereador e assessor, Crisóstomo tentou barrar o suposto esquema.
5/6
Vereadores aprovam por 11 votos a quatro o afastamento do prefeito por 90 dias e decidem dar início a processo de impeachment. Vice-prefeito, Paulo Justa toma posse na Prefeitura. Vereadores negam existência de esquema de suborno.
8/6
Paulo Justa inicia mudanças no secretariado da Prefeitura.
9/6
Crisóstomo denuncia esquema e afirma que entrará com embargo da decisão judicial que determinou a perda de função pública. Ele também diz que pedirá a anulação da sessão da Câmara que votou pela sua cassação e levará denúncia à Polícia e ao MPCE
28/6
Por determinação judicial, Crisóstomo retoma a Prefeitura de Canindé. Em um ato de desagravo à sua gestão, afirma que irá superar “essa guerra política”
Hoje, 4/7
Por dez votos a um, a Câmara Municipal de Canindé cassa o mandato de Celso Crisóstomo. Paulo Justa toma posse
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