Decisão da 6ª Zona Eleitoral também torna Bebeto Queiroz e Bruno Jucá inelegíveis por oito anos

A Justiça Eleitoral decidiu, nesta semana, cassação dos diplomas de Carlos Alberto Queiroz Pereira (Bebeto Queiroz – PSB) e de Bruno Jucá Bandeira (PRD), respectivamente prefeito e vice-prefeito eleitos de Choró, no Sertão Central do Ceará.
A decisão foi proferida pelo juiz Welithon Alves de Mesquita, da 6ª Zona Eleitoral de Quixadá, que entendeu que houve abuso de poder político e econômico na campanha eleitoral. A ação apontou aumentos salariais e contratações irregulares feitas pela Prefeitura de Choró em período vedado pela legislação, com o objetivo de beneficiar os candidatos apoiados pelo então prefeito Marcondes Jucá, pai do vice-prefeito eleito.
Além da cassação dos mandatos, Bebeto e Bruno foram condenados à inelegibilidade por oito anos e ao pagamento de multa no valor de R$ 53.205.
Recurso e novas eleições
A decisão ainda cabe recurso junto ao Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE). Caso a cassação seja mantida na segunda instância, novas eleições deverão ser convocadas em Choró.
Desde o início de 2025, a cidade é administrada interinamente pelo presidente da Câmara Municipal, Paulo George Saraiva (PSB), o “Paulinho”, já que Bebeto Queiroz, eleito com 61% dos votos válidos, foi impedido de tomar posse.
Bebeto é considerado foragido
Bebeto Queiroz é considerado foragido da Justiça desde dezembro de 2024, após ser alvo de duas investigações que apuram crimes envolvendo recursos públicos.
A primeira delas, a Operação Vis Occulta, conduzida pela Polícia Federal, apura um esquema de desvio de emendas parlamentares para financiamento de campanhas eleitorais no Ceará. Bebeto é apontado como líder de um esquema de “caixa dois”, que direcionava contratos públicos para empresas ligadas a uma organização criminosa, em troca de apoio político.
Já a Operação Ad Manus, deflagrada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) em parceria com a Polícia Civil e a PF, investiga fraudes em contratos de abastecimento de veículos da Prefeitura de Choró. Bebeto chegou a ser preso preventivamente em novembro, mas foi liberado após o fim do prazo do mandado.
Defesa alega inocência
Em nota publicada nas redes sociais no dia 3 de dezembro de 2024, Bebeto negou todas as acusações e afirmou estar colaborando com as investigações. Ele declarou “total inocência” em relação aos fatos investigados, especialmente na operação do MPCE.
“Confiante na Justiça, o prefeito Bebeto Queiroz se colocou integralmente à disposição das autoridades competentes para esclarecer todos os fatos”, diz a nota.
A defesa afirmou ainda que irá analisar todo o contexto da investigação, com o objetivo de comprovar a inocência do gestor.
Até o momento, não há confirmação oficial sobre o paradeiro de Bebeto, e a reportagem não conseguiu novo contato com sua equipe jurídica.
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