Fax-símile da matéria publicada no dia 5 de agosto, advertindo para a necessidade de se propagar os nomes dos candidatos com pendência na Justiça
O Ministério Público eleitoral elabora uma relação, para conhecimento do eleitorado cearense, nos próximos dias, dos candidatos que estão na disputa eleitoral ainda dependendo de decisão judicial, agora, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para saber se poderão ser ou não votados, no próximo domingo.
E como até lá, a Corte maior da Justiça Eleitoral não terá decidido todos os casos, é possível que algumas dessas figuras (candidatos) venham a ser votadas e os sufrágios a elas consignados sejam considerados nulos, exatamente por terem sido julgados inelegíveis é uma boa ideia que todos saibam do risco de literalmente perderem os seus votos, tanto na eleição majoritária quanto na proporcional.
A elaboração da lista com os nomes desses políticos, segundo afirmação do procurador Márcio Torres, chefe da Procuradoria Regional Eleitoral no Ceará, tem a finalidade de advertir ao eleitorado do nosso Estado, não apenas sobre a possibilidade de o cearense estar dando um voto não válido, mas, também, da necessidade de adverti-lo para escolher nomes sem pendência obstaculizadora do registro de sua candidatura, quer a prefeito ou a vereador de qualquer dos 184 municípios cearenses.
Ficha Limpa
A lista não dirá se aquele pretenso candidato está ou não incluído no rol dos alcançados pela Lei da Ficha Limpa, ou por qual razão outra o fez figurar nela, mas isso não diminuirá sua importância na avaliação a ser feita, por quem dela faça uso. Afinal, quem quer que pretenda ser representante do povo precisa estar plenamente quites com as obrigações legais e morais para o exercício da cidadania.
No dia 5 de agosto último, sob o título de “Eleitorado precisa saber quem deve à Justiça”, tratamos exatamente dessa situação, por entender estar prestando um serviço à democracia. O eleitor, sabendo que a Justiça Eleitoral questiona a legalidade dessas candidaturas, por conta da vida pregressa dos pretensos postulantes, melhor condição terá de avaliar em quem deve votar.
Essa manifestação do Ministério Público não só é bem-vinda, como reclama apoio de todos os diversos outros segmentos da sociedade defensora de atuação limpa dos detentores de mandatos nas três esferas de Governo.
Ética
Vale aqui destacar uma parte da manifestação da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando votava, na última quinta-feira, pela condenação de réus envolvidos no processo do mensalão, uma das grandes excrescências da política brasileira, nos últimos anos.
“Eu não gostaria , a dez dias de uma eleição, que os jovens, principalmente, desacreditassem da política pelo erro de um ou outro. A melhor política deverá ser sempre exercida com a ética, pois em nossa sociedade a alternativa à ética é o caos, e não discutimos mais se precisamos de ética. Quem exerce cargo político deve exercê-lo com mais rigor”, disse a ministra.
A ministra enfatizou que o voto “pela condenação, principalmente desses réus que receberam a confiança dos eleitores, tivesse a característica de uma forma de descrença na política, Porque eu sei que ela é necessária e a ética é a única forma possível de vivermos em sociedade”.
EDISON SILVA
EDITOR DE POLÍTICA
Fonte: Diário do Nordeste
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