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Saída de mais de 3 mil funcionários da Caixa Econômica começa em julho

Faz parte do programa de demissão voluntária para redução de custos. Ainda em 2019, 2 mil novos profissionais serão contratados, sendo 1.675 vagas para pessoas com deficiência

A saída de 3,5 mil funcionários da Caixa Econômica Federal (CEF) através do Programa de Demissão Voluntária Estimulada (PDVE) começará a ser efetivada a partir da próxima semana. O anúncio sobre a medida foi feito ainda em maio e faz parte de um plano de redução de custos. Em menos de três anos, a Caixa já realizou três programas de demissão voluntária, o que já teria impactado em 3,6% menos gasto com pessoal em 2018, quando 2.228 empregadores deixaram o banco.

Ainda em 2019, cerca de dois mil servidores serão admitidos. Até o momento, 325 pessoas já foram chamadas e a perspectiva, de acordo com informações da assessoria de comunicação da CEF, é que os 1.675 restantes sejam convocados nos próximos meses. Todos fazem parte do banco de vagas de Pessoas Com Deficiência (PCD). Os funcionários estão passando pelo processo de admissão, como a realização de exames médicos, ações de integração e assinatura de contrato.

“Foi um pedido (dos servidores). Eu já fui a mais de 60 agências e as pessoas cobravam poder ter esse plano (de demissão). Porque ele oferece alguns benefícios. Você se aposenta e recebe vários salários na frente”, afirmou o presidente da CEF, Pedro Guimarães, em entrevista exclusiva ao O POVO.

Ele explicou que, em 1989, houve um concurso público para provimento de muitas vagas na instituição e, em 2019, as servidoras que assumiram cargos naquele ano já estão aptas a se aposentar, após 30 anos de serviço público prestado. Os funcionários que se aposentarem ainda este ano permanecerão com o direito ao plano de saúde. Este é o primeiro PDVE executado durante a gestão de Pedro Guimarães.

“Agora, a partir do dia 5 de julho, (saem) 3.500 pessoas que já poderiam se aposentar. Já iriam, mas agora conseguem se aposentar recebendo 9,7 salários. Elas têm um ganho quase de um ano trabalhado para se aposentar”, complementou o presidente. Pedro Guimarães ressaltou ainda que dois mil funcionários seriam chamados, aprovados no concurso realizado em 2014. Os funcionários serão contratados pelo regime CLT.

O economista Lauro Chaves, conselheiro do Conselho Federal de Economia (CFE), comenta que o presidente da Caixa destacou, durante visita a Fortaleza, que a instituição terá uma atuação cada vez mais focada na área social e que, do ponto de vista organizacional, o redimensionamento dos custos operacionais do banco – e consequentemente do seu quadro de funcionários – seria justificável.

“Não ficou claro então, porque seriam convocados aprovados em concursos recentes. Vale reforçar o relevante papel que a CEF desempenha na economia brasileira e que para isso deve ter eficiência operacional e foco estratégico”, comentou Lauro.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra, a redução do quadro de pessoas na CEF pode impactar no atendimento da instituição, mais especificamente em relação à execução de ações de crédito. “Significa a precarização do atendimento em um momento que, desde 2013, percebemos mudança no volume de crédito sendo alterado de bancos públicos para bancos privados”, avalia. A preocupação, segundo ele, é que a medida impacte negativamente em programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida e Bolsa Família.

A assessoria de comunicação da CEF ressaltou que são abertas 3.500 vagas para quem quer se aposentar voluntariamente. Para isso, o funcionário precisa ter finalizado, até dezembro deste ano, o processo de aposentadoria através do INSS, o que pode demandar meses até sua concretização. O impacto dessa realidade no não preenchimento de vagas pode chegar até 10%.

(Com informações de Bruna Damasceno) – O Povo

 

Zeudir Queiroz