O Governo Federal apresentou ontem a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de reforma da Previdência, que estipula a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria, tanto para homens como para mulheres, independente do tempo de contribuição. O texto da PEC, que será encaminhada hoje ao Congresso Nacional, foi apresentado durante a reunião com líderes da base aliada no Palácio do Planalto.
Conforme o presidente Michel Temer, a proposta vai levar em conta direitos adquiridos e nada muda para quem recebe os benefícios ou quem já completou os requisitos para se aposentar. Os jovens, por sua vez, serão submetidos “integralmente” às novas regras, mas haverá uma transição – ainda não esclarecida pelo Governo – para trabalhadores com 50 anos ou mais. Pelo sistema de previdência atual, não há uma idade mínima para os trabalhadores se aposentarem. Para receber o benefício integral, é necessário apenas atingir a fórmula 85 (mulheres) e 95 (homens), que é a soma da idade mais o tempo de contribuição.
Segundo Temer, a idade média de aposentadoria por tempo de contribuição hoje é de 54 anos. “O segurado permanece mais de 20 anos recebendo e ainda pode deixar pensão para os seus dependentes. Em alguns grupos o tempo de gozo do benefício é superior ao tempo de contribuição”, disse, admitindo que a reforma é um assunto “espinhoso”, mas necessária para manter a sustentabilidade das contas públicas, frente ao déficit previdenciário. Adicionadas à isso, a queda na taxa de natalidade e o envelhecimento da população, que tendem a agravar o quadro.
Outros pontos, como a incidência da reforma para trabalhadores do setor público, não foram detalhadas pelo Governo. A expectativa é que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o secretário da Previdência, Marcelo Caetano, convoquem uma entrevista coletiva para explicar. Os militares, como já dito pelo Governo, ficam de fora da Reforma, sendo pauta posterior.
“Amplamente debatida”
Conforme Temer, enquanto tramitar no Legislativo, a proposta será “amplamente debatida”. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, corroborou que, sem mudança no sistema, o orçamento da União, no futuro, será usado apenas para pagar a folha de pagamentos e a aposentadoria. O texto também foi apresentado a representantes das centrais sindicais, em reunião posterior comandada por Padilha.
Pelo sistema atual, não há idade mínima para os trabalhadores se aposentarem. Mulheres podem pedir a aposentadoria com 30 anos de contribuição e homens, com 35.
Pela nova regra, homens e mulheres terão que se aposentar com, pelo menos, 65 anos, independente do tempo de contribuição.
Hoje, para receber o benefício integral, é necessário atingir a fórmula 85 (mulheres) e 95 (homens), que é a soma da idade mais o tempo de contribuição.
Pela proposta, nada muda para quem recebe os benefícios ou quem já completou os requisitos para se aposentar, mas valerá integralmente para os mais jovens.
Fonte: http://www.opovo.com.br/
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