Manifestantes ligados a instituições da sociedade civil brasileira que lutam pela democratização da mídia e contra o cartel midiático formado no país marcaram um protesto, na tarde desta segunda-feira, em frente à sede da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, para que seja agilizado o processo em que a Rede Globo figura como principal suspeita de uma sonegação bilionária de impostos. O escândalo, denunciado por Miguel do Rosário, jornalista e editor do blog O Cafezinho, envolve além da sonegação,
o sumiço de parte do processo dentro da Receita Federal.
O núcleo fluminense do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, junto com o blog Megacidadania, protocolou a denúncia no Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, seguindo os trâmites internos da instituição, que deu origem ao Ofício 13344/2013. O documento foi encaminhado à Superintendência Regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro, onde se encontra no momento.
A PF apura dois crimes:
1) contra a Ordem Tributária, que é o crime da sonegação propriamente dita, e que pode envolver evasão de divisas, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro;
2) ocultação de bens, diretos ou valores, que corresponde ao misterioso desaparecimento dos documentos originais, nos quais os auditores da Receita decidem pela condenação da Rede Globopelo crime de sonegação.
O ofício segue em fase de análise pela Corregedoria da PF, procedimento preliminar à abertura de um inquérito policial. Fontes da própria PF informaram aos jornalistas que a praxe é que o procedimento seja concluído de 60 a 90 dias.
– O Barão de Itararé, na próxima semana, enviará uma comitiva às dependências da Superintendência da PF-RJ para pressionar pela abertura desse inquérito, no mais curto prazo possível. Iremos lembrar às autoridades da magnitude do valor em questão, e da importância que ele adquire como exemplo contra a sonegação de impostos – disse Rosário.
O sonegômetro atualizado esta semana pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) deve chegar a R$ 415 bilhões em 2013. Trata-se de uma das maiores chagas nacionais, ainda mais grave que a corrupção, que sangra os cofres públicos em R$ 50 a 80 bilhões por ano.
Fonte: Correio do Brasil
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