MP e Polícia Civil vão rastrear ligações da família em busca de novas pistas.
Novo pedido de prisão da mãe e do padrasto depende de mais provas.
O promotor de Justiça Marcus Túlio Nicolino afirmou, na tarde desta sexta-feira (8), que o Ministério Público e a Polícia Civil descartam a possibilidade de encontrar o menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, com vida. Joaquim está desaparecido desde a madrugada da última terça-feira (5). Nesta sexta, Nicolino se reuniu com o delegado Paulo Henrique Martins de Castro, responsável pelo caso, para avaliar a possibilidade de entrar com um novo pedido de prisão temporária do padrasto de Joaquim, Guilherme Longo, e da mãe, Natália Ponte, já que a primeira tentativa foi negada pela Justiça.
Segundo Nicolino, os próximos passos das investigações consistem em levantar o histórico de Joaquim na escola e fazer o rastreamento de ligações feitas pelo casal suspeito e pelos familiares mais próximos de Joaquim. “Vamos averiguar como essa criança se comportava na escola, como ela se referia ao relacionamento com o padrasto e com a mãe. Em relação às ligações, o objetivo é identificar se houve alguma ligação naquela madrugada. Vamos partir desse ponto para ver com quem essas pessoas mantiveram contato para poder avançar nas investigações”, explicou.
O promotor admitiu que um novo pedido de prisão temporária do casal depende de novas evidências que possam ser somadas às investigações. “Já concordamos que é preciso novos elementos para renovar esse pedido de prisão temporária. Só iremos renovar com novos elementos de investigação. É nesse sentido que polícia e MP estão trabalhando”, disse.
Já o delegado disse que uma nova testemunha apontada nesta sexta-feira pode ajudar a polícia a elucidar o caso. “Surgiu uma pessoa que pode ter ouvido alguns comentários. Estamos tentando identificá-la e localizar seu endereço para que ela preste depoimento. Assim, a gente pode concretizar mais uma linha de investigação e ver os próximos passos das diligências. Essa pessoa não tem ligação com a família, mas ela tem algumas informações que nos interessam”, disse Castro.
de pai e filho (Foto: Reprodução/EPTV)
O MP e a polícia, no entanto, começam a acreditar na hipótese de encontrar o menino sem vida. “Com o passar do tempo, nós acreditamos que essa criança não esteja mais viva, e agora existe todo um trabalho no sentido de encontrar o corpo”, concluiu Nicolino.
O caso
Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, desapareceu na madrugada de terça-feira, de dentro da casa onde mora com a mãe e com o padrasto no bairro Jardim Independência. Em depoimento à polícia, Natália afirmou que notou a ausência do filho pela manhã, ao procurá-lo no quarto, por volta de 7h, para aplicar uma dose de insulina, já que o menino é diabético.
Ainda segundo a mãe, as janelas da casa têm grades, o portão estava trancado, mas a porta da sala estava aberta. Natália afirmou que o atual marido é usuário de drogas e que teria sido ele o último a ter contato com o garoto, ao colocá-lo para dormir, por volta de meia-noite.
Longo, que admitiu ser dependente químico, contou que nas últimas semanas teve uma recaída e que chegou a sair de casa na madrugada em que Joaquim desapareceu para ir atrás de drogas. Ele disse que deixou a porta aberta ao sair, mas que voltou rápido porque não encontrou o que procurava. “Quando voltei, cheguei em casa e fui dormir. Esqueci a porta aberta. Nesse período eu não fui no quarto do Joaquim. Fui direto para a minha cama”, afirmou.
informações (Foto: Reprodução/EPTV)
O padrasto, que teve a prisão temporária pedida junto com a mãe pelo delegado, negou que a dependência pudesse oferecer riscos ao menino e às outras pessoas com quem convive. “Isso [vício] nunca fez eu mudar meu comportamento com as pessoas que eu amo. Algumas vezes eu já até entreguei coisas minhas, mas eu nunca machuquei ninguém. Eu sou incapaz de fazer isso. O Joaquim, principalmente, eu amava esse menino”, disse.
O tio de Joaquim, Flávio Paes, que desde terça-feira acompanha os trabalhos da polícia ao lado do irmão Arthur em Ribeirão Pretox, afirmou que o casal trata o desaparecimento com descaso. “Eu acho muito estranho eles dizerem que estão preocupados, mas não aparecerem por aqui [na delegacia]. Eles só vêm aqui porque a polícia manda. A gente não dorme e eles estão em casa descansando”, afirmou ao G1.
A polícia analisa imagens de um vídeo gravado em frente à casa da família, pistas obtidas com a ajuda de um cão farejador, e aguarda os laudos da perícia para concluir a investigação.
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