Operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Até a última atualização desta reportagem, agentes da PF estavam no Senado.
A Polícia Federal realizou na tarde desta quinta-feira (15) buscas em endereços ligados ao senador Marcos do Val (Podemos-ES).
No Senado, foi proibido o acesso de jornalistas ao corredor que dá acesso ao gabinete do senador. A presença dos agentes da PF no gabinete alterou a rotina na Casa. Os mandados foram cumpridos em Brasília e no Espírito Santo.
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes também determinou que do Val deve prestar depoimento.
Foram apreendidos material como computadores, pen drives e telefone celular.
Marcos do Val é investigado por obstruir investigações sobre os atos golpistas do 8 de janeiro.
Indícios que basearam a operação são postagens do senador em redes sociais. Ao todo, são três mandados de busca e apreensão.
Em fevereiro deste ano, do Val acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira de organizarem uma reunião, no fim do ano, para propor o envolvimento do senador em um plano de golpe de Estado.
Ele negou, após a operação desta quinta, que tenha contado mais de uma versão sobre o caso.
“Quando ele me incluiu lá atrás no relatório com o argumento de que eu dei várias versões, mas eu dei apenas uma versão na Polícia Federal e disse para todos. A versão dos fatos e a verdade absoluta está no depoimento que eu dei naquela época em fevereiro”, afirmou o senador em entrevista à GloboNews.
A assessoria de do Val afirmou que ele estava em Vitória no momento da operação.
Entre os crimes em que ele pode ser enquadrado, segundo as investigações, está o de divulgar informações sigilosas que podem causar prejuízo a outras pessoas.
As contas do senador em redes sociais foram bloqueadas por determinação da Justiça.
Buscas no Senado
Fonte ligada ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), confirmou que o senador recebeu um telefonema do ministro Alexandre de Moraes, que o comunicou sobre a operação. A Polícia Legislativa do Senado e a Advocacia da Casa acompanharam a busca, a pedido de Pacheco.
Um policial legislativo informou à TV Globo que a PF chegou no Senado por volta das 15h. E que, como as portas das salas de Marcos do Val e da chefe do gabinete estavam trancadas, um chaveiro precisou ser chamado para abri-las, o que levou quase uma hora. De acordo com o agente da polícia do Senado, a PF preferiu não arrombar a porta do gabinete.
Os agentes da Polícia Federal saíram às 17h43 do Congresso. Um policial carregava um malote com os itens apreendidos.
Um funcionário do gabinete de Do Val explicou que a atuação da PF foi pacífica. Como a PF isolou a área onde a busca estava sendo realizada, os servidores não conseguiram acompanhar a ação nem ver que tipo de material estava sendo confiscado.
A defesa do senador estava no apartamento funcional, de acordo com o funcionário. No gabinete, apenas advogados do Senado acompanharam as diligências.
Fonte: https://g1.globo.com/
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