A Polícia ainda investiga o suposto envolvimento dele em homicídios, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro
Rio de Janeiro. A juíza Ana Helena Valle, da 2ª Vara Criminal de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, condenou o pastor evangélico Marcos Pereira da Silva a 15 anos de prisão pelo crime de estupro contra uma seguidora da Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD), presidida por ele.
Marcos Pereira ganhou notoriedade por conseguir convencer criminosos a pôr fim a rebeliões em presídios no Rio de Janeiro FOTO: FOLHAPRESS
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio, o crime foi cometido no fim de 2006, nas dependências da igreja. O pastor é suspeito de ter abusado de pelo menos seis fiéis. A defesa de Marcos Pereira vai recorrer da condenação.
“As testemunhas ouvidas relatam com firmeza como o acusado é uma pessoa manipuladora, fria, só pensa em si, utilizando-se das pessoas para satisfazer seus instintos mais primitivos e de forma promíscua, utiliza da boa-fé das pessoas para enganá-las”, diz a juíza na sentença.
O religioso está preso desde 7 de maio deste ano. Marcos Pereira teve dois mandados de prisão preventiva expedidos, após duas fiéis de sua igreja dizerem que haviam sido estupradas por ele em depoimento na Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) da Polícia Civil do Rio.
O processo na 1ª Vara Criminal continua tramitando. A polícia ainda investiga o suposto envolvimento do pastor em quatro homicídios, tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. O advogado Marcelo Patrício, que defende o religioso, classificou de “absurda” a sentença.
“Meu cliente foi condenado apenas com base em depoimentos da vítima, que são totalmente contraditórios. Não há nenhuma prova. Além da condenação ser injusta, a pena aplicada é desproporcional. Como ele não tem antecedentes criminais. Vamos recorrer”, afirmou.
Marcos Pereira ganhou notoriedade por conseguir convencer criminosos a pôr fim a rebeliões em presídios. Ele chegou a trabalhar com a ONG AfroReggae, que se dedica a recuperar moradores de favelas que tiveram envolvimento com o tráfico.
A parceria terminou em fevereiro de 2012, quando o presidente da entidade, José Júnior, acusou publicamente o pastor de ter ordenado os ataques realizados por traficantes contra policiais do Rio, em 2006 e em 2010.
Outro caso
Policiais prenderam, ontem, o pastor Reinaldo Correia Caetano, de 52 anos. Ele é acusado de ter estuprado uma jovem de 14 anos, fiel de uma igreja evangélica na Favela da Carobinha, em Bangu, na zona oeste do Rio. Ele foi localizado em Cabo Frio (RJ).
Fonte: Diário do Nordeste
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