Eleições 2024

Papa Francisco canoniza Irmã Dulce

Religiosa brasileira foi proclamada santa em cerimônia acompanhada por multidão no Vaticano. Cerca de 15 mil brasileiros compareceram. Francisco anunciou mais quatro canonizações durante a celebração

O Papa Francisco canonizou neste domingo, na Basílica de São Pedro, a Irmã Dulce, a primeira santa nascida no Brasil em 1914. Ela agora é a Santa Dulce dos Pobres.

A nova santa brasileira, cujo nome verdadeiro era Maria Rita Lopes, foi proclamada diante de inúmeros bispos, religiosos e missionários do Brasil que atualmente participam no Sínodo para a defesa da Amazônia.

“Hoje agradecemos ao Senhor pelos novos santos, que andaram com fé e agora os evocamos como intercessores”, disse o Papa Francisco, diante da multidão reunida na praça. De 10 mil a 15 mil brasileiros, segundo estimativas, compareceram à cerimônia.

“Três são religiosos e nos mostram que a vida consagrada é um caminho de amor nas periferias existenciais do mundo”, acrescentou. Após a celebração, o papa Francisco cumprimentou cardeais pessoalmente, sem formalidades, e percorreu o entorno da praça de São Pedro no papamóvel, acenando para a multidão.

Um enorme retrato da missionária, bem como dos outros quatro santos canonizados na cerimônia deste domingo, foi exposto em frente à fachada da basílica.

A Irmã Dulce devotou sua vida a servir os mais necessitados e desenvolveu um trabalho social em sua terra natal, Bahia, onde fundou vários hospitais de caridade e uma rede de apoio social que dirigiu até sua morte em 1992, aos 77 anos.

A nova santa alcança a glória dos altares graças a duas curas inexplicáveis, de acordo com o processo de beatificação iniciado em 1999.

Ao “anjo da Bahia”, como era chamada pelos que a viam nas ruas de Salvador com seu hábito azul e branco, são atribuídos dois milagres: ter estancado a hemorragia de uma mulher após um parto e devolvido a visão de um homem que ficou cego durante 14 anos.

Sua canonização, 27 anos após sua morte, foi o terceiro processo mais rápido da história, atrás apenas do Papa João Paulo II (2014) e da madre Teresa de Calcutá (2016).

Dulce foi indicada ao Nobel da Paz em 1988

A freira conheceu o papa João Paulo II, com quem teve duas reuniões em 1980 e em 1991, quando foi hospitalizada por problemas de saúde em função de uma doença pulmonar crônica.

Seu humanismo e trabalho de caridade levaram o então presidente do Brasil, José Sarney, a candidatá-la em 1988 ao Prêmio Nobel da Paz.

Foi beatificada por Bento XVI em 2011 após a verificação de um primeiro milagre, conforme estabelecido pelas normas do Vaticano.

Italiana, indiana, suíça e cardeal inglês também são novos santos

As outras novas santas proclamadas por Francisco neste domingo são a italiana Giuseppina Vannini (Judith Adelaide Agata), fundadora das Filhas de São Camilo, que morreu em 1911; a indiana Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, fundadora da Congregação das Irmãs da Sagrada Família, falecida em 1926, e a leiga suíça Margarita Bays, da Terceira Ordem de São Francisco de Assis, que morreu em 1879.

São figuras emblemáticas da igreja, assim como o cardeal britânico John Henry Newman, o primeiro santo inglês a não ser um mártir desde a Reforma.

Newman, nascido em Londres em 1801, foi ordenado sacerdote da igreja anglicana, da qual foi pastor em Oxford.Por um longo tempo, ele foi um crítico da Igreja católica, que chegou a acusar de heresia. No entanto, anos depois, em meados do século XIX, ele se converteu ao catolicismo na Inglaterra.

Para a ocasião, o príncipe Charles – que um dia deverá liderar a Igreja da Inglaterra – representou o Reino Unido.

Fonte: O Povo Online

Zeudir Queiroz