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Objeto não identificado deve orbitar na Terra durante aproximadamente oito meses

Constantemente, um objeto pode ser observado por telescópios na órbita do planeta Terra, permanecendo por um curto período de tempo antes de ser jogado no espaço. Recentemente, astrônomos avistaram um desses objetos, conhecidos como miniluas, em uma trajetória de aproximação que provavelmente será capturada pela gravidade da Terra. O objeto deve chegar em outubro de 2020 e ficará até maio de 2021, quando partirá para outros lugares.

Os astrônomos que identificaram o objeto observaram que sua órbita é semelhante à da Terra e possui baixa velocidade, sugerindo o objeto não seja um asteroide, mas sim lixo espacial que tenha sido descartado de um foguete que foi à Lua em 1966.

De acordo com o jornal argentino Clarín, o tamanho estimado do objeto é de até 14 metros de comprimento e ele deve fazer duas voltas perto da terra, entretanto, em nenhuma dessas voltas o objeto estará perto o suficiente para entrar na atmosfera terrestre ou ser observado a olho nu.

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De acordo com Romário Fernandes, professor de Astronomia no Colégio Militar do Corpo de Bombeiros (CMCB), se o objeto for um asteroide espacial, ele pode ser considerado como lua por conta dos poucos critérios necessários para o reconhecimento do satélite. “Ele seria classificado como uma lua pela mais absoluta falta de rigor na classificação de objetos como luas. Qualquer objeto rochoso, natural, que orbita um planeta e que consiga ser detectado é classificado como uma lua, o critério é muito frouxo, então é por isso que a gente tem Júpiter com 79 luas e Saturno com 82”, explica o professor.

Se o objeto for lixo espacial que orbita no espaço há 54 anos, já não pode ser caracterizado como uma minilua, como apontam os cientistas do Science Alert. Por conta da trajetória, os profissionais suspeitam que ele seja um propulsor de uma nave espacial. “Esse objeto é muito lento e parece orbitar tal e qual a terra, no mesmo plano, na mesma direção, isso é tudo muito sugestivo de ser um objeto que não seja natural, que tenha sido colocado em órbita por seres humanos”, esclarece Fernandes.

Como explica o pesquisador, o objeto, caso seja lixo espacial, deve retornar à órbita terrestre porque quando lançado ao espaço não obteve força o suficiente para se desligar da força gravitacional da Terra. “Ele atingiu uma velocidade pra sair da atmosfera, mas não o suficiente para ir embora, ganhar autonomia, ele se mantém vinculado à terra”.

Caso atinja a distância prevista de 50 mil quilômetros da Terra, ele poderá ser observado, em local afastado da cidade, com a ajuda de um telescópio com abertura mínima de 150mm. A respeito da periculosidade que o objeto poderia oferecer aos terrestres, Fernandes explica que a possível minilua deve ser inofensiva. “O objeto não oferece perigo, não há nenhum indicativo de que ele venha se chocar com a terra, seja ele artificial ou não”, conclui.

Fonte: https://www.opovo.com.br/n

 

Zeudir Queiroz