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Mochila escolar pode causar problemas de saúde para criança

Especialistas alertam que cuidado com a coluna tem que começar na vida escolar para evitar problemas mais graves.

As dores nas costas são resultado do acúmulo de maus hábitos com a postura ao longo da vida. Divulgada em 2014, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que a doença crônica de coluna acometia 27 milhões de adultos no Brasil, o que correspondia a 18,5% da população.

No Ceará, 1,4 milhão de pessoas, o que correspondia a 24% dos cearenses, eram acometidas pelo mal, sendo os problemas lombares os mais comuns, com prevalência maior entre as mulheres (24,5%), contra 23,5% dos homens.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 85% da população sofrerão dores lombares devido à má postura e ao excesso de peso de mochilas, entre outros fatores. Para que os filhos não tenham este tipo de problema no futuro, os pais têm papel fundamental: comprar o tipo adequado de mochila e garantir o uso correto do acessório é primordial para que crianças e adolescentes sejam adultos sem nenhum tipo de limitação.

Ciente dessa importância, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Regional Ceará (SBOT-CE) divulga orientações para diminuir a incidência de problemas na coluna. “As crianças não devem carregar mais de 10% do seu peso corporal nas mochilas. Isso significa que uma criança que pesa 40 kg deve carregar, no máximo, 4kg. Exceder esse limite leva a má postura, problemas de locomoção e dores”, explica o membro da Comissão Científica da SBOT-CE, Maximiliano Porto.

Na hora de comprar a mochila, os pais têm que se certificar de que ela é anatomicamente adequada ao estudante, ficando confortável, por isso a criança ou o adolescente deve ir junto para experimentar os diferentes modelos disponíveis.

A mochila deve ser leve e, vazia, não deve pesar mais de meio quilo, ter duas alças, pois as que têm apenas uma não distribuem uniformemente o peso, que devem ser acolchoadas, reguláveis e ter largura mínima de quatro centímetros na altura dos ombros, porque tiras estreitas causam compressão nos ombros, podendo causar dor e restringir a circulação.

A mochila deve ter um cinto regulável na altura da barriga que deve ser utilizado para impedir que ela balance e ajudar a dividir o peso entre os ombros e a zona lombar. A alça de mão deve ser acolchoada com no mínimo oito centímetros de comprimento e quanto mais bolsos ela tiver, melhor para distribuição do peso, o que diminui os danos à região da coluna. Se tiver rodinhas a alça do carrinho deve ter uma altura apropriada de modo que as costas da criança fiquem retas ao puxá-la.

Para aliviar o peso nas mochilas, as orientações são organizar o material escolar de uma maneira que as coisas mais pesadas fiquem no fundo e na parte de trás da mochila, ou seja, junto às costas da criança, e de forma a impedir que livros, cadernos e estojos fiquem soltos, o que leva a movimentos de desequilíbrio. “É importante ainda que os pais verifiquem que os filhos estão levando para a escola somente o necessário para as atividades rotineiras, evitando supérfluos e, consequentemente, sobrecarga”, ressalta Maximiliano Porto.

As tiras têm que sempre ser utilizadas nos dois ombros, pois uma posição incorreta pode provocar o desvio lateral inadequado da coluna que leva a uma alteração postural chamada escoliose. Além disso, as tiras devem ser tensionadas para que a mochila fique bem junto ao corpo e a, aproximadamente, cinco centímetros acima da linha da cintura para diminuir o esforço em manter o centro de gravidade da coluna e o risco de lesões musculares.

Fonte: http://cearanews7.com/

Zeudir Queiroz