Lula anuncia em Fortaleza data para assumir o Ministério

O ex-presidente Lula recebeu o apoio dos governadores Camilo Santana (CE) e Wellington Dias (PI), além de deputados estaduais e federais, vereadores, entidades de classe e representantes da sociedade civil ( Foto: Cid Barbosa )
O ex-presidente Lula recebeu o apoio dos governadores Camilo Santana (CE) e Wellington Dias (PI), além de deputados estaduais e federais, vereadores, entidades de classe e representantes da sociedade civil ( Foto: Cid Barbosa )
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso, ontem, na Praça do Ferreira, no Centro de Fortaleza, utilizou-se de um tom mais conciliador, de paz. No entanto, fez críticas ao vice-presidente da República, Michel Temer, ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha e, principalmente, ao presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Lula disse que nenhum outro governante fez tanto pelo Ceará quanto ele nos oito anos de seu governo, prometendo ainda, como ministro chefe da Casa Civil, participar da conclusão das obras da Transposição de águas do Rio São Francisco e tentar retomar o projeto da Refinaria Premium II para o Estado.  
Em seu pronunciamento, que durou cerca de 30 minutos, o ex-presidente afirmou que não vai ter que esperar até 2018 para voltar ao governo, em referência à possibilidade de ida dele à Casa Civil, que, em suas palavras, depende de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a ser dada ainda nesta semana. Lula argumentou que há dois anos vem sendo vítima “dos maiores ataques que uma pessoa pode passar”, citando, por exemplo, as denúncias de que um triplex, uma chácara e um iate, que estariam em nome de terceiros, seriam na verdade dele. “A minha consciência está tranquila, e eu tenho dito que quero que alguns desses que estão na Polícia Federal e até no Ministério Público sejam um centavo mais honesto do que eu nesse País. Eu só espero que com a mesma facilidade que eles acusam, eles tenham a grandeza, nem que eu já esteja morto, de pedir desculpas pelo que vêm fazendo”, afirmou. Em outro momento, Lula disse estar com mais de 70 anos, e que talvez estivesse perto da morte, o que gerou gritos do público de 65 mil pessoas presentes, conforme informado pela organização do evento. De acordo com a Polícia Militar, entre 10 mil e 12 mil pessoas compareceram à Praça do Ferreira para acompanhar as falas de Lula . Representantes do PDT, PTB, PP, PROS, PC do B, PMB e PT acompanharam o ex-presidente em seu discurso, como o governador do Ceará, Camilo Santana; o governador do Piauí, Wellington Dias; o presidente estadual do PDT e ministro das Comunicações, André Figueiredo; a presidente estadual do PMB, Patrícia Aguiar; o presidente do PC do B, Luis Carlos Paes; o presidente do PTB no Ceará, Arnon Bezerra; o presidente do PROS, Odorico Monteiro; o presidente do PT, Francisco De Assis; além de deputados federais e estaduais. “Somos trabalhadores e de paz. Queremos apenas que respeitem o mandato popular da presidenta Dilma”, declarou o ex-presidente Lula, afirmando, porém, que a Fiesp está pagando matéria em periódicos do Estado, pedindo para pressionar deputados para votarem em favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Os deputados têm que pedir investigação, porque o dinheiro que eles estão gastando é do Sistema S, dinheiro do povo trabalhador desse País. Os deputados, em alguma comissão, têm que perguntar ao Paulo Skaf quanto dinheiro do pobre ele está gastando nisso”. ‘Golpe’ Outro apelo que ele fez aos deputados federais que estão na comissão do impeachment foi dizer que há outras maneiras de se chegar ao poder. “O Temer é professor de Direito, ele sabe que o que estão fazendo é golpe. A forma mais vergonhosa de chegar ao poder é tentar imputar o mandato de uma mulher da qualidade da presidenta Dilma”. Para Lula, diversos direitos sociais conquistados nos últimos anos serão retirados dos trabalhadores brasileiros, caso a presidente Dilma Rousseff seja impedida de continuar governando o País. Lula conclamou a população a levantar a cabeça toda vez em que for provocada e ficar quieta diante as ofensas de grupos contrários ao PT e ao governo Dilma. “Não queremos entra no jogo rasteiro deles. Não queremos fazer das páginas das revistas mentiras como eles fazem. Eles fazem isso achando que o povo brasileiro é ignorante e não consegue distinguir a verdade da mentira. A resposta que vamos dar a eles é garantir a governabilidade da Dilma, porque esse País não pode voltar ao tempo em que esse povo governava. Vamos dizer ao Eduardo Cunha e ao Temer que não vai ter golpe”. Transposição e refinaria Lula disse ainda que, durante todo o século XX, nenhum outro presidente da República fez sequer 30% do que ele investiu no Ceará em oito anos. O ex-presidente afirmou também que vai caminhar pelo Nordeste e ajudar a inaugurar a Transposição de águas do Rio São Francisco, bem como criar condições para retomar os projetos de construção da Refinaria Premium II no Ceará. Ele garantiu concluir o chamado Cinturão das Águas, “coisa que tinha acertado com (o ex-governador) Cid (Gomes)”. Segundo ele, se tudo der certo, quinta-feira, caso a Suprema Corte aprove, assumirá como chefe da Casa Civil do governo Dilma. Lula disse que só aceitou o convite porque está convencido de que o País tem que dar a volta por cima e gerar emprego e renda para as pessoas, “porque estamos em uma roda gigante parada. Só se fala em corte, e temos que falar em crescimento e desenvolvimento”. Neste momento da fala, Lula reconheceu que as políticas econômicas da sucessora não surtiram o efeito esperado. “Eu volto para ajudar a companheira Dilma. Vou andar de mãos dadas com ela e com vocês”. Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
Zeudir Queiroz

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