A Justiça decretou o bloqueio de bens do ex-prefeito Evanildo Donizete Montagnini (PSC), de três vereadores e de um secretário da Prefeitura de Restinga (SP) em resposta a uma acusação por improbidade administrativa apresentada pelo Ministério Público. Após serem instaurados dois inquéritos civis, eles foram acusados de terem contribuído para uma aprovação irregular, e em beneficio próprio, de aumento salarial de servidores em 2012.
Os vereadores alegam que não houve beneficio próprio e que a folha de pagamento da Prefeitura estava defasada havia ao menos cinco anos. A reportagem entrou em contato com o ex-prefeito, mas não obteve um posicionamento dele sobre o assunto até a publicação desta matéria.
O texto, que revisa as remunerações por cargo em diferentes percentuais, foi aprovado pela Câmara, inclusive pelos vereadores Dejair Ferreira de Freitas (PMDB), Fernando Costa (PSB), Luís Carlos Pereira (PSC) e Claudinei Magrão Giora da Silva – único que já não atua mais no Legislativo municipal.
De acordo com o MP, por também acumularem cargos na Prefeitura ou por terem familiares dentro da administração municipal, os parlamentares agiram em benefício próprio ao aprovar o projeto. “Apesar dos alertas do TCE-SP, desde 2011, o ex-prefeito não adotou medidas de reequilíbrio das despesas com pessoas e, ao contrário, aumentou tais despesas, nem deixou em caixa recursos suficientes para o pagamento da folha de salário do mês de dezembro de 2.012, no início de janeiro quando assumiu o atual prefeito, como constatado no IC 178/13 [número referente a um inquérito civil], confirmando a irresponsabilidade fiscal”, informou o Ministério Público.
Em despacho expedido pela Vara da Fazenda Pública de Franca, o juiz Aurélio Miguel Pena julgou procedente a ação e deu parecer favorável ao pedido de liminar pelo bloqueio de bens do ex-prefeito e dos quatro parlamentares citados. “É inferência: houve comprometimento do limite fiscal, violação dos preceitos da responsabilidade fiscal, benefício de pessoas do circulo de parentesco, ausência de estudo do impacto no orçamento e declaração falsa do administrador”, afirmou na sentença.
Ex-prefeito
O G1 ligou para o ex-prefeito Evanildo Donizete Montagnini, que também é presidente do diretório municipal do PSC em Restinga, mas até a publicação desta matéria não conseguiu um posicionamento dele sobre o caso.
Vereadores
Vereadores ouvidos pela reportagem informaram que o reajuste salarial foi feito dentro da lei e que não foi votado por interesses próprios. “A gente não aumentou para favorecer a gente, foi em prol dos funcionários, foi feito um pacto legal”, afirmou Dejair Ferreira de Freitas, que confirmou já ter sido notificado sobre a decisão judicial e já ter protocolou sua defesa. Segundo o vereador, em 2005 a Câmara aprovou um reajuste similar.
Luís Carlos Pereira, que além de vereador é motorista da Prefeitura, também negou irregularidade na votação do projeto em 2012. Ele argumenta que o aumento no salário-base de categorias como a dele – R$ 1,2 mil – é compatível com o praticado em outras cidades da região. “Não houve benefício próprio, foi uma lei que beneficiou os servidores”, disse. Ele afirmou que ainda não foi notificado sobre a liminar requerendo o bloqueio de bens.
A reportagem entrou em contato com Fernando Costa, mas não obteve posicionamento dele sobre a liminar até a publicação desta matéria.
Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Restinga informou que Claudinei Magrão, que atua como secretário executivo, não foi encontrado no Paço Municipal para falar sobre o assunto.
De acordo com a administração municipal, em janeiro deste ano os gastos com folha de pagamento chegaram 59%, mas em setembro o percentual caiu para 48,23%, voltando aos limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Fonte> G1
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