Moradores da cidade de Jati, 525 km de Fortaleza, que precisaram deixar suas casas após o rompimento da tubulação em reservatório no Projeto de Integração do Rio São Francisco, retornaram para casa nesta terça-feira (25), conforme prazo estabelecido pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
No dia do vazamento, ocorrido na última sexta-feira (21), cerca de 2 mil pessoas foram evacuadas preventivamente nas imediações do Reservatório Jati. Destas, quase 1,3 mil puderam voltar imediatamente, já que suas residências não estavam em área de risco. Hoje, os demais moradores evacuados – 710 que estavam hospedados em casas de familiares e 22 em hotéis – foram autorizados a retornar.
Apesar do retorno, tem morador que ainda teme a situação. “Não recebemos orientação de nada e de ninguém sobre onde ir ou não ir. A gente fica jogada e ninguém tá nem aí, né? Ninguém se importa”, desabafa Elisângela Soares, dona de casa. “Eu já olhei no mapa, [a região onde mora] faz parte da área de risco. Lá de casa eu consigo ver a parede da barragem”, completa.
De acordo com a pasta, mais de 50% das obras de recomposição já foram concluídas e os trabalhos seguem em regime 24 horas, acompanhado por engenheiros e técnicos. “Conseguimos dar à população a boa notícia de que podem retornar a suas residências e continuar a vida normalmente”, afirmou o ministro Rogério Marinho.
Além dos trabalhos de recomposição da barragem, o MDR está apurando a causa do rompimento. Foram solicitados relatórios técnicos sobre cada etapa de funcionamento desde a última quinta-feira (20), quando foram abertas as comportas para passagem de água até a Barragem Atalho, primeiro dos seis reservatórios no trajeto até a Paraíba. A documentação deve ser entregue até sexta-feira (28).
Por telefone, a Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra) informou que o sistema de liberação das Águas do São Francisco para o Açude Castanhão, pelo Cinturão das Águas, ainda está em teste. Então, é normal que trechos do percurso, mesmo os muito próximos da barragem, estejam secos. Após a finalização do processo, o Ministério do Desenvolvimento Regional vai autorizar a abertura maior das comportas. Só assim, haverá previsão de quando as águas irão chegar ao Castanhão.
REPASSE EMERGENCIAL
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) autorizou o repasse de R$ 100,6 mil para assistência a famílias que foram transferidas de suas casas no entorno da Barragem Jati, 525 km de Fortaleza. O reconhecimento federal de situação de emergência foi publicado nesta terça-feira (25), no Diário Oficial da União. O recurso será utilizado pela Prefeitura de Jati para ações de assistência às famílias que foram evacuadas do local.
DESLIZAMENTOS
Uma fissura foi constatada pela Defesa Civil de Jati, 525 km de Fortaleza, após o rompimento de uma tubulação na barragem, construída para receber águas da Transposição do Rio São Francisco e abastecer o Ceará. Durante a manhã de sábado (22), a TV Cidade Fortaleza registrou alguns pequenos deslizamentos de terra na parede da barragem.
TRANSPOSIÇÃO
O vazamento na Barragem de Jati foi ocasionado pelo rompimento de um duto que transporta água para o Eixo Norte do Projeto São Francisco, segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional informou no sábado (22). O engenheiro civil Antônio Nunes de Miranda, doutor em Mecânica de Solos, disse, em entrevista ao Ceará no Ar, que o problema estrutural pode atrapalhar o fluxo da água para o Castanhão.
“Vai retardar, mas é por pouco tempo. Logo que [o duto] seja refeito, a tomada de água volta a correr”, afirmou o especialista. Para o engenheiro civil, o serviço de reparo não deve prejudicar o cronograma da obra. Antônio Nunes reforçou que os moradores da região estão seguros. “Hoje, não há nenhum risco para a barragem, mas devemos ter prudência”, pontuou.
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Com informações de Hugo Delion, da TV Cidade, e MDR
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