As imagens de um homem que grita implorando por comida, em uma rua de Brasília, viralizaram nas redes sociais nesta quarta-feira (3). “Alguém compra arroz pra nós, alguém compra um leite? É fome, por favor, é fome”, diz o homem, no vídeo, que tem cerca de 20 segundos.
Segundo o autor das imagens Carlos Alberto Jr, situações como essa, de pessoas pedindo comida, têm se tornado comum na capital federal. “Essa cena tem se repetido toda semana aqui na quadra. Famílias famintas param embaixo dos blocos e pedem qualquer tipo de ajuda. Esse rapaz se apresenta como Marcos e grita: “É fome!” Eu nunca havia presenciado isso na vida!”, postou o autor do vídeo.
Os relatos reforçam os dados divulgados recentemente pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), que apontam que, durante a pandemia, 19 milhões de pessoas (ou seja, 9% da população brasileira) passaram por situação de insegurança alimentar em 2020. Esse número é quase o dobro, se comparado à pesquisa do IBGE de 2018, que identificou 10,3 milhões de brasileiros nessa condição.
A pesquisa da Rede Penssan também aponta que, pela primeira vez em 17 anos, o Brasil registrou 116,8 milhões de pessoas em insegurança alimentar. Isso quer dizer que mais da metade da população brasileira diz não ter certeza se haverá comida suficiente em casa no dia seguinte, o que diminui a qualidade e a quantidade do consumo de alimentos, ou até passando fome.
Os mais afetados com a falta de comida
No recorte por regiões do País, os dados da pesquisa mostram que o Nordeste sofre com o maior número absoluto de pessoas em situação de insegurança alimentar. Ao todo, são quase 7,7 milhões de nordestinos que passam fome, dentro do que se considera grave.
Em relação ao perfil de quem sofre mais com esse problema, a pesquisa mostrou que mulheres e negros são a parcela mais atingida pela fome. A falta se alimentos foi registrada em 11,1% dos lares chefiados por mulheres. Já quando a pessoa de referência é um homem, a parcela dos que passam fome é de 7,7%. Entre pessoas pretas ou pardas, cerca de 10,7% das casas enfrentam insegurança alimentar grave, contra 7,5% entre os brancos, segundos os dados da Rede Penssan.
Veja vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=Vaa_ULGl1PY
Fonte: https://gcmais.com.br/
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