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No terceiro dia de greve dos policiais militares de Pernambuco, o clima na região central do Recife é de pânico generalizado. Em alguns locais, comerciantes estão baixando as portas com medo de arrastões, e pedestres saem em disparada ao menor rumor da chegada de criminosos.
Na praça do Derby, um homem desceu de uma moto por volta das 13h e atirou para o alto para dispersar um grupo de 15 pessoas, incluindo menores de idade, que faziam um arrastão. Ele estava à paisana e não se sabe se era ou não policial.
“A gente desceu do ônibus e tava todo mundo correndo. A gente correu também. A situação está desesperadora”, disse a dona de casa Alaíde Souza, 33. Pouco antes, ela foi assaltada por dois homens quando ia buscar as filhas na escola. Os criminosos apontaram a arma para a dona de casa e levaram R$ 72 o cartão do banco e documentos. Alaíde já estava com as filhas, de cinco e nove anos de idade, quando começou a correria.
Servidores públicos e estudantes estão sendo dispensados do trabalho e das aulas em várias repartições e escolas do Recife.
ARRASTÕES
Cerca de uma hora antes, manifestantes estavam concentrados na mesma praça do Derby, antes de saírem em caminhada em direção ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo pernambucano.
Há relatos de arrastões no centro do Recife e nos bairros de Casa Amarela e Água Fria (zona norte) e no município de Paulista, na região metropolitana. Mais boatos da ação de criminosos, ainda não confirmados, se espalham por diversos outros bairros.
COMÉRCIO FECHADO
No centro do Recife, as lojas estão fechadas ou com as portas pela metade no início desta tarde. Na rua da Concórdia, tradicional rua de comércio de eletrônicos e peças de motos, praticamente todas as lojas fecharam as portas.
O vendedor José Edílson da Silva disse que a loja onde trabalha está funcionando, mas com a porta parcialmente fechada desde ontem. Segundo ele, por volta das 13h houve um arrastão e tentaram roubar um carro na rua.
O vendedor Marcos Andrade, contou que a loja de equipamentos de som profissional onde ele trabalha, que fecha normalmente às 18h, já estava baixando as portas. “É um caos completo. Não está dando ninguém”, afirmou, referindo-se à clientela. Até as barracas do camelódromo, na avenida Dantas Barreto, no bairro de São José, estão fechadas.
Fonte: Folha Uol