Cleiton Silva foi dado para doação quando tinha um mês de vida. Jovem usou internet para procurar e também teve ajuda da Polícia Civil para encontrar a mãe.
Cleiton Silva, 29 anos, viajou até a cidade de Juazeiro do Norte, no interior do Ceará, para conhecer a mãe biológica. O reencontro aconteceu na terça-feira (21), depois de uma longa espera e de muitos quilômetros de viagem.
O analista de sistemas mora em Jandira, interior de São Paulo, e planejou o encontro há 9 meses, quando descobriu onde estava Cícera Paulino, uma dona de casa de 53 anos, sua mãe biológica.
“Fui adotado com um mês de vida. Sempre tive curiosidade de conhecê-la. Meus pais adotivos me deram uma vida muito boa. Não tenho do que reclamar, porém, a curiosidade sempre existiu.”
As informações que tinha da mãe biológica eram a cidade, o nome completo e um pouco da história da adoção. Cleiton Silva procurou por anos usando a internet, mas não conseguia encontrar nenhuma informação relevante, até que publicou nas redes sociais um relato.
Em junho de 2022, entrou em um grupo da cidade de Juazeiro do Norte e recebeu a resposta de uma pessoa que fazia o serviço voluntário para pessoas que buscam desaparecidos.
A partir desse primeiro contato, ele recebeu ajuda também da Polícia Civil. No final do mês, a tão sonhada resposta veio.
“Nesse dia mesmo conversamos pela primeira vez em 29 anos. Não tive dúvida que ela era minha mãe, pois a semelhança era incrível.”
O primeiro encontro aconteceu no aeroporto de Juazeiro do Norte. Dona Cícera foi pessoalmente receber o filho.
“Foi emocionante, uma alegria muito grande, inexplicável, foi a realização de um sonho, pois esperei por isso a vida toda, mas eu nunca imaginei que isso aconteceria. Imaginava que ele tinha raiva de mim por algum motivo ou nunca quisesse me conhecer por não saber o real motivo, medo de que minha família tivesse dito coisas negativas.”
Além da mãe, ele também ganhou um irmão mais novo, Davi Paulino, de 24 anos.
“Ela perdeu os pais cedo, e devido à paralisia infantil ela tem dificuldade de locomoção, na adolescência ela não tinha família e somado à deficiência e aos recursos para me criar, não pôde ficar comigo, ela não pretendia me entregar para adoção, mas não tinha condições.”
Depois do primeiro contato, agora a saudade vai ser algo a mais para lidar. Mas a distância não deve impedir a construção de um novo relacionamento entre a família que já planeja outros encontros.
Fonte: https://g1.globo.com/
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