O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem (7) que está “ansioso” para prestar depoimento ao juiz federal Sergio Moro, responsável pela Lava Jato em Curitiba, no processo em que o petista responde por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.
“Estou ansioso para esse depoimento porque é a primeira oportunidade que eu vou ter de poder saber qual é a acusação que eles têm contra mim e qual é a prova que eles têm contra mim”, disse Lula em entrevista à rádio “O Povo CBN”, de Fortaleza.
Lula diz estar “muito tranquilo” sobre o depoimento. “Quero saber prova efetiva que [eles] têm. Prova significa documento, significa coisa escrita, significa conta bancária, significa um monte de coisa”, afirmou.
O processo em que Lula será ouvido é relacionado ao episódio do tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, em que o ex-presidente é acusado de ter recebido vantagens indevidas da empreiteira OAS.
Questionado sobre o processo, o ex-presidente diz que tem “ficado quieto”, mas que irá apresentar defesa. Ele criticou os meios de comunicação e disse que há um “pacto da força-tarefa da Lava Jato com a imprensa” para “condenar a pessoa previamente antes de ter as provas”.
“Cometeram um equívoco em tentar me tratar dessa maneira. Eu vou me defender”, afirmou.
Em março, Lula depôs à Justiça Federal em Brasília após ter sido citado em delação do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS). Na ocasião, ele se disse vítima de “quase que um massacre”.
Além de falar sobre o depoimento que dará a Moro, Lula comentou a ação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra a chapa Dilma-Temer. O processo pode deixar a ex-presidente Dilma Rousseff inelegível.
“Tentar cassar a Dilma, que já foi cassada, é no mínimo uma certa confusão política desnecessária no Brasil. A desgraça que tinha que ser feita com a Dilma já fizeram”, disse, citando o processo de impeachment que ela sofreu.
Lula também foi indagado sobre as críticas que o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), tem feito a ele. Segundo o ex-presidente, Doria é “um político que quer ter dois de glória”.
“No fundo, no fundo, ele quer que eu o transforme num personagem antagônico e eu não vou transformar. Ele foi eleito para governar São Paulo ele tem que cumprir com a obrigação dele. Precisa parar de fazer pirotecnia e começar a governar”, disse.
Fonte: Folhapress e o Estado CE
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