A presidente Dilma Rousseff determinou nesta segunda-feira (10) que a Polícia Federal participe das investigações no caso do cinegrafista Santiago Andrade, que teve morte cerebral declarada nesta manhã após ser atingido por um rojão no Rio de Janeiro.
Santiago foi atingido na cabeça por um rojão disparado por um manifestante durante protesto contra o aumento da passagem de ônibus, que foram a R$ 3, na semana passada.
“A morte cerebral do cinegrafista Santiago Andrade, anunciada hoje, revolta e entristece”, disse Dilma em sua conta no Twitter. “Não é admissível que os protestos democráticos sejam desvirtuados por quem não tem respeito por vidas humanas. A liberdade de manifestação é um princípio fundamental da democracia e jamais pode ser usada para matar, ferir, agredir e ameaçar vidas humanas, nem depredar patrimônio público ou privado”, continuou.
“Determinei à PF que apóie, no que for necessário, as investigações para a aplicação da punição cabível.”
Santiago deixa mulher, uma filha e três enteados. A emissora de rádio BandNews FM chegou a fazer uma campanha de doação de sangue durante o final de semana no Hemorio. Santi, como era conhecido pelos colegas de profissão, faria dez anos de emissora neste ano. Em julho, o cinegrafista participou do curso “Jornalismo em área de conflito”, ministrado pelo CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), instituição do Exército.
Em seu depoimento de conclusão de curso, Santiago lembrou de outro colega cinegrafista da Bandeirantes, Gelson Domingos da Silva, morto em 2011 com um tiro de fuzil, durante confronto entre policiais e traficantes na favela de Antares, na zona oeste.
O cinegrafista participou da cobertura da Copa das Confederações e estava escalado para a Copa do Mundo.
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