Brasília. A presidente Dilma Rousseff convocou uma coletiva de imprensa, ontem, e em uma fala de cerca de 15 minutos fez uma forte defesa do mandato dela, garantiu que não renuncia, disse que “teria orgulho” de ter o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu ministério, mas não quis confirmar se o convidou. A petista fez ainda um apelo por manifestações sem violência amanhã. “Pelo menos testemunhem que eu não tenho cara de quem vai renunciar”, pediu ela aos jornalistas.
A presidente disse também que ninguém tem direito de pedir a renúncia de um presidente eleito pelo povo, que renúncia é um ato voluntário e afirmou que aqueles que estão sugerindo que ela abdique do cargo é porque sabem que não há motivo para que o pedido de impeachment contra ela prospere.
“Por interesses políticos de quem quer que seja, por definições de quem quer que seja, eu não sairei desse cargo sem que haja motivo para tal”, afirmou. “Solicitar a minha renúncia é reconhecer que não há base para impeachment”.
A presidente citou a época da ditadura, lembrou de ter sido presa e disse que é preciso preservar as conquistas da democracia. “Eu fui presa, torturada, e eu tenho respeito pelo povo brasileiro, pelo voto que me deram. Acredito que represento o povo brasileiro, que não é resignado, mas lutador e combatente”, afirmou a presidente.
“Aqueles que pretendem a minha renúncia deviam proceder de acordo com a Constituição”, acrescentou.
Dilma frisou que a Constituição garante a independência dos poderes e o respeito aos cidadãos e que “se desrespeitarem o direito de uma presidente, desrespeitarão o direito de todos os brasileiros”.
A presidente afirmou ainda que “é impossível” aqueles que conhecem sua trajetória achar que ela se resignaria “diante de desrespeito à lei”. “Acham que estou com cara de quem está resignada? Eu não estou resignada diante de nada e não tenho essa atitude diante da vida”.
Defesa de Lula
Dilma saiu em defesa de Lula e afirmou que o pedido de prisão preventiva contra o petista “não tem base legal e jurídica”. Segundo a presidente, o Ministério Público de São Paulo e afirmou que ele “passou de todos os limites”.
Para ela, a solicitação “ultrapassa o bom senso” e é um “ato de injustiça”. “É quase consenso entre os juristas, não existe base nenhuma para esse pedido. Ele ultrapassa ao bom senso e é um ato de injustiça. E é um absurdo que um País como o nosso assista calmamente a um ato desse contra uma liderança política responsável por grandes transformações no País e é respeitado internacionalmente”, disse.
Em uma crítica indireta aos promotores paulistas responsáveis pelo pedido de prisão, a petista pediu por “menos pessoas que queiram se promover em situações” descabidas. “Esse é um momento de diálogo e de pacificação”, apelou.
Vaga em Ministério
Dilma disse, ainda, que teria “o maior orgulho” de ter Lula na equipe do governo. Ela fez questão de negar que a presença do antecessor na Esplanada dos Ministérios enfraqueceria a sua autoridade como presidente e ressaltou que, em qualquer gestão federal, ele daria uma “enorme e imensa contribuição”.
“Eu teria o maior orgulho de ter o presidente Lula no meu governo, porque ele é uma pessoa com experiência, com grande capacidade gerencial e formulação de políticas”, elogiou a presidente, que não quis responder se o convidou para assumir uma pasta na administração petista.
Em reunião com seu núcleo político, na noite da quinta-feira (10), a presidente definiu a necessidade do governo federal sair em defesa do antecessor, que tem sido pressionado a assumir um cargo de peso na Esplanada dos Ministérios.
A avaliação foi da necessidade de tentar atrair o petista, que tem demonstrado resistências a aceitar um cargo, mas que concordou em pensar a respeito e dar uma resposta oficial na semana que vem.
O diagnóstico é de que é necessário defender publicamente o petista, umas vez que ele tem sofrido um cerco político que pode ser estendido também para o Palácio do Planalto.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, disse ontem a seus aliados que deverá rejeitar o convite da presidente Dilma Rousseff para integrar seu ministério. Um de seus interlocutores resume o raciocínio de Lula afirmando que, para ele, poderia ser um “abraço de afogados”.
Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
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