O deputado estadual cearense Odorico Monteiro, relator do processo no Conselho de Ética da Câmara contra Jair Bolsonaro (PSC-RJ), votou nesta terça-feira, 4, pela admissibilidade da denúncia. Bolsonaro é acusado de ter feito “apologia ao crime de tortura” e quebra do decoro parlamentar. Os outros membros do Conselho ainda precisam votar o parecer.
A denúncia foi formulada em uma representação movida por deputados do PV. Segundo o documento, Bolsonaro teria quebrado decoro parlamentar ao homenagear o coronel Brilhante Ustra em abril deste ano, no plenário da Câmara, durante votação de admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
“Esta é uma oportunidade para que a Casa reabra o debate sobre imunidade parlamentar. Afinal, até onde vai o limite ético do discurso parlamentar? Será, realmente, que é possível se dizer qualquer coisa quando se sobe à tribuna? Não podemos fugir à responsabilidade deste debate que, inclusive, é muito solicitado pela população que nos acompanha diariamente pelos veículos de comunicação da Câmara”, disse o parlamentar cearense ao votar pela continuidade do processo.
A intenção de Odorico é abrir espaço, inclusive, para que o próprio Bolsonaro se manifeste sobre o assunto. Ele acredita que todos os deputados têm direito de discursar com independência, mas que não podem usar esse poder para fazer discursos com o objetivo de suprimir direitos e garantias fundamentais.
O deputado carioca não participou da sessão e chegou apenas no final para falar com a imprensa. Bolsonaro classificou o voto do relator cearense de “hipócrita” e disse que a legislação considera as opiniões e palavras de um parlamentar invioláveis.
Fonte: http://www.opovo.com.br/
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