Gustavo Gayer faz postagem ofensiva em meio ao luto dos católicos e é duramente criticado por internautas

A morte do Papa Francisco, anunciada nesta segunda-feira (21), abalou milhões de fiéis em todo o mundo, principalmente os católicos, que perderam o líder espiritual da Igreja após anos de pontificado. No entanto, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), um dos principais nomes do bolsonarismo radical na Câmara dos Deputados, optou por um caminho completamente diferente: a zombaria.
Em vez de prestar solidariedade, o parlamentar usou sua conta na rede social X (antigo Twitter) para ironizar o falecimento do pontífice. Ele publicou uma montagem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), vestido como papa, acompanhada da legenda: “Moraes deu 24 horas pra ser nomeado o próximo papa”.
A publicação foi imediatamente reprovada por internautas e fiéis católicos, que expressaram indignação diante da postura considerada desrespeitosa e insensível.
“Para nós, católicos, é como se tivéssemos perdido um pai hoje. E você escolhe fazer piadinha de 5ª série. Espero que Deus tenha piedade da sua alma”, escreveu um dos usuários.
Reações de revolta e repúdio tomam conta das redes sociais
A postagem de Gayer, que continua no ar, provocou uma onda de comentários criticando o parlamentar. Muitos usuários o acusaram de falta de empatia, desrespeito à fé alheia e uso da religião apenas como instrumento político.
“Dá muita tristeza assistir ‘piadas’ num momento de tanta dor para os católicos. Gente má, que só usa o nome de Jesus em vão, pois empatia e respeito ensinados pelo próprio Cristo vocês não conhecem”, comentou uma internauta revoltada.
O gesto também foi visto como uma provocação direcionada ao ministro Alexandre de Moraes, alvo constante de ataques do bolsonarismo. Gayer usou a morte de uma das figuras religiosas mais importantes do mundo como oportunidade para reforçar sua retórica contra o Judiciário, em especial o STF.
Deputado acumula histórico de polêmicas e ataques
Não é a primeira vez que Gustavo Gayer se envolve em situações controversas. O deputado já foi citado pela CPI da Covid-19 como um dos principais disseminadores de desinformação durante a pandemia, lucrando com a propagação de fake news. Além disso, enfrenta diversos pedidos de cassação e ações no Supremo Tribunal Federal.
Em um dos episódios mais recentes, Gayer associou ditaduras africanas à suposta “baixa capacidade cognitiva” da população. Em um podcast, chegou a comparar o QI da população africana ao de macacos e disse que o Brasil segue o mesmo caminho. As declarações repercutiram negativamente e foram amplamente criticadas por especialistas e organizações de direitos humanos.
O deputado é réu no STF desde o fim de 2023 por calúnia, difamação e injúria, após acusar, sem provas, o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) de ter sido “comprado” na eleição da presidência do Senado.
Pressão por cassação aumenta
As atitudes recorrentes de Gayer têm despertado o debate sobre a permanência do parlamentar na Câmara. Para a colunista Raquel Landim, do UOL, ele representa o uso da política como instrumento de ataque contínuo.
“O Gustavo Gayer faz o que o bolsonarismo faz: ultrapassa todos os limites e utiliza isso como ferramenta de mobilização da seara bolsonarista. Esse tipo de ataque mobiliza. É por isso que ele precisa ser expulso do Congresso Nacional”, afirmou a jornalista.
O caso envolvendo a morte do Papa Francisco reacende a discussão sobre os limites da liberdade de expressão e a responsabilidade dos agentes públicos com a ética, o respeito religioso e o decoro parlamentar.
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