Eleições 2024

Críticas de Ciro Gomes ao governo Dilma dividem o PT no Ceará

A mais recente leva de críticas do ex-deputado federal Ciro Gomes (PSB) à gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) provocou diferentes reações no PT do Ceará e voltou a evidenciar o racha entre as correntes internas da sigla. Enquanto petistas mais próximos ao Governo Cid Gomes (PSB) minimizam os ataques, aliados da ex-prefeita Luizianne Lins (PT) acusam o clã Ferreira Gomes de fazer tática do “morde e assopra” de olho nas eleições de 2014. Os efeitos do embate podem se estender à aliança no Estado.

 

Na última segunda-feira, Ciro disse que o governo Dilma “é muito ruim”, que a petista não conseguirá se reeleger caso a atual situação do País não mude e que, se o PSB lançar candidato à Presidência da República no próximo ano, terá seu apoio. As declarações foram feitas três semanas após Ciro ter se reunido com o presidente nacional do PSB e possível nome da sigla para a disputa pelo Palácio do Planalto.

 

“Enquanto Cid faz juras à Dilma, Ciro ataca o PT. Isso é estratégia deles para ter a simpatia dos dois lados. Se por acaso a presidenta cair na popularidade, os Ferreira Gomes migram para o lado de quem estiver no poder”, apontou o deputado federal Eudes Xavier (PT), um dos mais próximos de Luizianne.

 

O cenário nacional será determinante na aliança entre PT, PSB e PMDB no Ceará. Uma aproximação entre Ciro e Campos poderia fortalecer a candidatura do governador de Pernambuco para o Planalto e, assim, rachar o trio partidário no Estado – situação que, para os petistas mais alinhados a Cid, ainda não é cogitada.

 

“Nossa referência da discussão política da aliança nacional e estadual é o governador Cid Gomes. E o que temos ouvido dele é o apoio à reeleição da Dilma. No Ceará, defenderemos a aliança até o ultimo momento”, disse o vice-presidente do partido no Estado, Joaquim Cartaxo.

 

PSB minimiza

Perguntado, na última terça-feira, sobre o possível significado estratégico das críticas de Ciro ao governo Dilma, Cid jogou panos mornos e defendeu o irmão ao dizer que Ciro aponta erros do governo com “toda a boa vontade”. “O Ciro critica até mesmo o meu governo”, escapou. Cid negou que o PSB do Ceará tenha recuado em relação à candidatura de Campos e voltou a dizer que a sigla defenderá a reeleição de Dilma.

 

Na mesma linha, o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Sarto Nogueira (PSB), alegou que não houve mudança de tom e que Ciro sempre fez ponderações à gestão do Executivo nacional. Isso porque, embora se diga aliado, o ex-deputado é não costuma poupar o governo petista. Em 2010, chegou a dizer que o então candidato à presidência José Serra (PSDB) era mais preparado que Dilma. Para Sarto, os recentes ataques não impactam na manutenção da aliança com o PT no Ceará.

Fonte: O Povo

Zeudir Queiroz