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Copa do Brasil começa nesta quarta-feira com três times cearenses

Ela pode até não ter o mesmo glamour dos 141 anos da Copa da Inglaterra nem ser tão tradicional quanto a Copa do Rei e seus 110 anos de disputa. No entanto, a Copa do Brasil, que chega este ano à 24ª edição, é revestida até de maior importância para os clubes envolvidos em sua disputa, se comparada aos torneios similares europeus.

A principal competição mata-mata do País começa nesta quarta-feira, 7, com a participação de 64 clubes, entre eles Ceará, Fortaleza e Horizonte. Os três clubes estreiam no primeiro dia de jogos (ver matéria ao lado).

Graças ao regulamento que exclui os participantes da Taça Libertadores da América, a Copa do Brasil é, pelo menos, o segundo torneio mais importante do ano para quem participa dela, conforme analisa o jornalista Paulo Vinícius Coelho (PVC), comentarista dos canais ESPN.

“A diferença é que na Europa os clubes grandes jogam as copas nacionais, por isso, elas são o terceiro torneio em importância. No Brasil, a Copa do Brasil é o segundo objetivo de quem está no competição”, compara.

Com a ausência de Corinthians, Santos, Vasco, Flamengo, Fluminense e Internacional, a edição de 2012 pode favorecer o surgimento de zebras. É o que destaca o jornalista Lédio Carmona, comentarista dos canais Sportv. “Este ano, está muito propenso a isso”, cita.

O último campeão que pode ser considerado uma grande zebra na Copa do Brasil foi o Paulista de Jundiaí, em 2005. O título do Sport em 2008 também foi um tanto quanto inesperado.

No entanto, esse não é um indicativo de que a vida está mais difícil para os azarões. “O Ceará chegou à semifinal no ano passado”, lembra Carmona, ponderando que, pela tradição, a campanha do alvinegro não chegou a surpreender.

Os títulos de Vasco e Santos nas duas últimas edições do torneio “não deixam de ser surpresa”, lembra PVC. “O Vasco começou 2011 morto. A mesma coisa vale para o Santos em 2010”.

Na opinião de PVC, uma discussão que merece ser levantada é até que ponto o poderio econômico dos clubes tem influenciado nos resultados em campo. “Desde 2003, só um clube fora do eixo Rio/São Paulo venceu a Copa do Brasil ou o Brasileirão”, lembra, referindo-se ao título do Sport. “Nunca passou tanto tempo só com títulos do eixo RJ/SP”.

Tanto Carmona quanto PVC concordam que a ausência dos clubes que jogam a a Libertadores enfraquece a Copa do Brasil.

Mudança

Para o ano que vem, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou que os times da Libertadores voltam à Copa do Brasil, o que não acontece desde 2000. Assim, o torneio terá 88 clubes e prosseguirá até novembro.

A ampliação do número de times é salutar, mas poderia ser melhor dimensionada, segundo os comentaristas. “Quanto mais times, melhor. Para uma copa de integração, 64 times é muito pouco, poderia ter uns 120. Faltam os grandes, mas faltam também mais pequenos”, diz Carmona.

Para PVC, o número de times deveria dobrar para 128, a fim de que a competição possa ser realizada em mata-matas diretos até a final. “O problema do inchaço da Copa do Brasil é você não ter datas definidas. Um campeonato que precisa de 12 datas hoje fica com 15. Poderia ter muito bem 128 times e 14 datas”.

Cearenses em busca de fazer história de novoOs clubes cearenses chegam com retrospectos distintos para a estreia nesta quarta-feira, 7, na Copa do Brasil. Quem tem melhor lembrança da competição é a torcida alvinegra, graças ao vice-campeonato de 1994, quando caiu diante do Grêmio na final. Em 2011, o time foi semifinalista, perdendo para o Coritiba.

A estreia do Ceará é contra o Gama, em Brasília. Para o técnico Lula Pereira, esse é “um campeonato totalmente diferente”. “Se você vai na casa do adversário e faz um gol, cria uma situação terrível. Já em casa, não pode tomar gol de jeito nenhum. É preciso muita doação porque você tem dois jogos para decidir”.

O Fortaleza faz o primeiro jogo contra o Comercial/PI, às 22h, em Teresina. A melhor campanha tricolor foi em 2001, quando foi eliminado pela Ponte Preta nas quartas-de-final. Ano passado, saiu na segunda fase, perdendo para o Flamengo.

Para este ano, o técnico Nedo Xavier colocará o que tiver de melhor em campo. “Você tem que jogar sempre com o que você tem de melhor, não pode poupar”, explicou, assumindo que, assim, a equipe corre o risco do desgaste. “A gente comenta que quem faz as tabelas das competições nunca jogou futebol. Sabendo disso, temos que dosar para não esgotar os atletas”.

O terceiro representante cearense é o Horizonte, que chega este ano à segunda participação no torneio. Ano passado, o time foi a sensação ao eliminar ASA/AL e Guarani e surpreender o Flamengo nas oitavas-de-final, empatando no Engenhão por 1 a 1. No jogo de volta, derrota por 3 a 0 no Domingão e fim do sonho.

Do Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz