O Conselho de Administração da Petrobras terá uma reunião extraordinária na próxima sexta-feira, disse nesta terça-feira a presidente-executiva da estatal, Maria das Graças Foster, em entrevista a jornalistas. Ao ser questionada se uma nova metodologia de reajuste poderia ser discutida na reunião do dia 8, ela disse que “não”.
– É uma reunião extraordinária, mas não tem nada a ver com reajuste, será uma pauta cheia – comentou.
Graça Foster, porém, torce para que haja esse reajuste, “para buscar a convergência de preços internacionais”, retomar “o fluxo de caixa positivo em 2015″ e melhorar os níveis de endividamento da companhia, como afirmou, em recente entrevista. Atualmente, a empresa tem dívidas, que fez para financiar projetos, equivalentes a 36% de seu patrimônio líquido. O mercado estabelece o nível de 35% como aceitável para manter saudáveis as finanças de qualquer negócio.
Os preços praticados pela empresa hoje estão abaixo das cotações internacionais, o que pode agravar o quadro. É a necessidade de importar combustíveis para revendê-los ao mercado nacional que tem feito o caixa da empresa sangrar. Ou seja, a Petrobrás vende gasolina e diesel por preço inferior ao que compra – e perde dinheiro. Graça comentou o rebaixamento da avaliação da empresa pela agência classificadora Moody’s. De acordo com ela, a medida tomada pela empresa classificadora foi importante para deixar a petroleira em alerta.
– É uma motivação para que se busque melhores indicadores – disse.
Na semana passada, a Petrobrás anunciou a decisão de estabelecer metodologia automática capaz de readequar seus preços aos cobrados em outros países. O mercado aprovou a ideia. Nesta terça, no entanto, em leve readequação, os papéis da empresa estão em queda. O membro do conselho de administração da Petrobrás, Sérgio Quintella, disse na terça-feira passada, que o órgão já concordou sobre a necessidade de criar esse novo mecanismo. Ele vê a necessidade de trazer previsibilidade ao reajuste de preços de combustíveis. Quintella fala que “há um consenso”. Faltam, diz ele, serem decididos os parâmetros.
– O conselho já deu o seu aval à existência de um modelo. O que não se está discutindo em detalhe é o modelo. A existência do modelo está definida – disse a jornalistas, na OTC. Segundo ele, se pretende criar “um mecanismo que evite oscilações, para baixo e para cima”.
– É um mecanismo muito inteligente, procura levar em conta os parâmetros principais de preço, como câmbio, por exemplo – acrescentou.
Quintella disse ainda que o modelo contempla fases de reajuste. O executivo contou que o modelo trará estabilidade não apenas financeiras, mas também aos investidores da Petrobrás.
– Acho pessoalmente que estamos no caminho certo. Estamos esperando agora algumas simulações que vão ser feitas – disse, sobre a proposta apresentada pela diretoria ao conselho de administração.
A apreciação está prevista para até dia 22, quando ocorre a reunião de conselho. Quintella disse ser muito improvável que nenhuma regra seja criada:
– Não vou dizer impossível pois nada é impossível. Mas é de probabilidade muito pequena.
O executivo negou se tratar da recriação da conta petróleo e concordou que o modelo é uma espécie de jabuticaba, por só ter no Brasil e não ser inspirada em modelos existentes no exterior.
Fonte: Correio do Brasil
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