Ainda sob impacto dos mais de 500 tremores que a atingiram em pouco menos de duas semanas, a cidade de Pedra Preta (a 115km de Natal) está a espera de psicólogos para ajudar a tranquilizar a população, que está assustada com a sequência de abalos.
O pedido de ajuda foi feito pela prefeitura de Pedra Preta à Sesap (Secretaria Estadual de Saúde Pública), que deve enviar equipes da Vigidesastres (Vigilância em Saúde Ambiental dos Riscos Associados aos Desastres) a partir da próxima segunda-feira (11). O número de profissionais que vão trabalhar na cidade ainda não foi definido.
As equipes são formadas por psicólogos, enfermeiros, educadores físicos e acupunturistas, que têm como objetivo tranquilizar a população. Haverá também palestra informativa sobre as medidas que os habitantes da cidade devem tomar para lidar com as dificuldades durante os tremores de terra em Pedra Preta.
A Sepap informou que a ação vai acontecer de forma integrada com o CAPs (Centro de Atenção Psicossocial) do município de João Câmara (a 37km de Pedra Preta), que é a unidade de referência da região para esse tipo de procedimento.
De acordo com subcoordenadora de Vigilância Ambiental da Sesap Iraci Nestor, as ações desenvolvidas vão ajudar as pessoas a conviver melhor com a situação enfrentada. Iraci explicou também que as equipes vão fazer um diagnóstico dos problemas e necessidades específicos aos moradores de Pedra Preta, para desenvolver um trabalho adequado à realidade vivenciada.
A Cedec (Coordenadoria Estadual de Defesa Civil) vai iniciar o treinamento para os integrantes da recém-criada Defesa Civil de Pedra Preta, que receberão orientações específicas para atender casos de pânico ou desastres.
Sequência de tremores
Na terça-feira (5), Pedra Preta sofreu quatro tremores de terra, que voltaram a assustar a população. Os abalos mediram entre 2.0 e 3.5 na escala Richter e escolas suspenderam as aulas. A prefeitura informou que nenhum prédio escolar foi comprometido ou sequer teve rachadura devido aos abalos sísmicos, mas por precaução os alunos foram liberados.
Segundo dados do LabSis (Laboratório de Sismologia) da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), em apenas 12 dias de monitoramento, do dia 24 de outubro até o dia 4 de novembro, foram registrados mais de 500 tremores de terra no município. Alguns com intensidade perceptível até em Natal.
Diversos imóveis ficaram com paredes rachadas e até tiveram o chão aberto após a incidência dos abalos sísmicos. Segundo a prefeitura, além de várias casas e pontos comerciais que sofreram rachaduras uma quadra de esportes está interditada por correr risco de desabamento.
Temendo desabamentos, moradores estão dormindo nas ruas, calçadas, praças e quintais para se proteger.
Fonte: Miséria
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