Em cerimônia com a presença da presidente Dilma Rousseff e da presidente da Petrobras, Graça Foster, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), revelou na terça-feira o investimento da refinaria Premium II: US$ 11 bilhões. O anúncio foi feito em Fortaleza durante solenidade no Centro de Eventos do Ceará (CEC) em que o governador doou à Petrobras o terreno para a instalação da refinaria.
A obra, cuja pedra fundamental foi lançada com festa em 2010 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com estimativa inicial de gerar 90 mil empregos, foi suspensa depois que Graça assumiu a presidência da companhia em 2012. Graça considerou o projeto caro e quis readequá-lo a métricas internacionais de custo, prazo e qualidade.
A decisão gerou desconforto político no governo federal, já que Gomes e o PSB são aliados do PT na gestão Dilma.
Graça disse que queria evitar que se repetisse o exemplo da refinaria de Pernambuco (Rnest), que produzirá 230 mil barris/dia e está orçada em US$ 20 bilhões, pelo menos seis vezes mais cara do que uma similar estrangeira. A Premium II foi projetada para processar 300 mil barris por dia.
Graça posou para fotos com o governador, mas não discursou e saiu sem conversar com jornalistas. Dilma se pronunciou apenas sobre outros projetos do Estado que terão apoio do governo federal. Apenas Cid Gomes discursou sobre a refinaria. “Este é um passo decisivo no que será o maior empreendimento do século. A refinaria trará grande poder de repercussão na economia tanto do Ceará, quanto do Nordeste. Será um investimento de US$ 11 bilhões”, disse o governador.
Gomes afirmou que desde o início do primeiro governo Lula (2003) até a gestão de Dilma existe uma atenção especial do governo federal em relação ao Nordeste.
No mês passado, Graça havia dito a jornalistas que o projeto da refinaria avançara, mas ainda não estava dentro das métricas que ela queria. Também a Premium I, no Maranhão, foi suspensa para revisão. A análise pela Petrobras deverá ser concluída em julho. A petroleira negocia o projeto com investidores asiáticos, mas a parceria ainda não está confirmada.
A refinaria, cujo terreno fica no Complexo Industrial e Portuário de Pecém (município de Caucaia, a 50 Km de Fortaleza), integra a relação de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Foi projetada com o objetivo de produzir derivados de petróleo para exportação.
A Fundação Nacional do Índio (Funai) já autorizou a cessão do terreno, que era reivindicado pela tribo anacé. Ainda se discute o tamanho de uma reserva indígena que será criada para abrigar os remanescentes tribais. A previsão da Petrobrás é de início das operações em dezembro de 2017.
A refinaria processará óleo diesel (63,5% da produção), nafta petroquímica (15,3%), querosene de aviação (12,6%), coque (2,8%) e óleo bunker (1,6%), segundo o governo do Ceará.
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