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Cão da PM indica que menino e padrasto seguiram juntos até córrego

Um cão treinado pelo Canil da Polícia Militar de Ribeirão Preto (SP) farejou pistas sobre o suposto envolvimento de Guilherme Raimo Longo no desaparecimento de seu enteado Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, em Ribeirão Preto (SP). Em buscas realizadas nesta quarta-feira (6) nas proximidades da casa onde a criança vive com a mãe e o padrasto, o animal apontou que o menino e o rapaz fizeram o mesmo percurso do imóvel até um córrego na região.

Joaquim está desaparecido desde a madrugada de terça-feira (5). O padrasto e a mãe da criança, a psicóloga Natália Mingone Ponte, tiveram a prisão temporária pedida pela Polícia Civil. Eles prestaram depoimentos durante todo o dia na Delegacia de Investigações Gerais (DIG).

De acordo com o sargento da PM Ary Gavazzi, supervisor do canil policial, quando farejou as roupas do padrasto, o cachorro chamado Apache saiu da casa da família no bairro Jardim Independência, andou pela rua, parou em alguns pontos da calçada e seguiu às margens do córrego até parar em um determinado ponto. Segundo Gavazzi, o cão refez exatamente o mesmo percurso, incluindo as paradas na calçada, quando cheirou as roupas pertencentes a Joaquim. “Após sentir o odor da roupa do padrasto, o cão fez exatamente o mesmo trajeto. Isso quer dizer que a probabilidade de ele ter feito esse caminho com a criança é grande”, disse o sargento ao G1.

O animal também farejou as roupas da mãe, Natália Mingone Ponte, mas realizou um trajeto diferente, limitado aos arredores da casa da família, informou Gavazzi. “Com o odor das roupas da mãe, a resposta do cachorro não foi a mesma. Esse caminho, da casa até as imediações do córrego, a mãe não fez”, afirmou o policial.

Mãe e padrasto (foto) do garoto desaparecido prestam depoimento na DIG em Ribeirão Preto na tarde de quarta-feira (Foto: Maurício Glauco/EPTV)Mãe e padrasto (foto) desaparecido prestaram
depoimento na DIG (Foto: Maurício Glauco/EPTV)

Além da busca com o cão farejador, nesta quarta-feira (6) as investigações contaram com o trabalho da Polícia Científica na casa de Joaquim em busca de provas periciais sobre o desaparecimento. No mesmo dia, a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) ouviu as versões de Natália e Longo sobre o caso – que segundo a polícia são contraditórias – e requereu à Justiça a prisão temporária do casal. O pedido não tinha sido aprovado até a publicação desta matéria. “Não há um prazo prefixado para que decretem ou não. O pedido é para auxiliar nas investigações. Suspeita a gente não descarta nenhuma, por isso esse pedido de prisão”, disse o delegado Paulo Henrique Martins de Castro.

Desaparecimento
Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, desapareceu na madrugada de terça-feira, de dentro da casa onde mora com a mãe e com o padrasto no bairro Jardim Independência. Em depoimento, Natália afirmou que notou a ausência do filho pela manhã, ao procurá-lo no quarto, por volta de 7h, para aplicar uma dose de insulina.

O menino Joaquim está desaparecido desde terça-feira (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)O menino Joaquim está desaparecido desde terça
(Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)

Ainda segundo a mãe, as janelas da casa têm grades, o portão estava trancado, mas a porta da sala estava aberta. Natália afirmou que o atual marido é usuário de drogas e que teria sido ele o último a ter contato com o garoto, ao colocá-lo para dormir, por volta de meia-noite.
Também em depoimento, o padrasto do menino, Guilherme Longo, teria contado aos policiais que colocou o menino para dormir por volta de meia-noite e, durante a madrugada, saiu para comprar drogas, mas não encontrou quem fornecesse e retornou para casa.

O pai do garoto, Arthur Paes, disse que ficou surpreso com o pedido de prisão temporária da ex-mulher e do atual marido dela. “Nunca desconfiei de nada. O relacionamento entre eles sempre foi tranquilo”. Paes passou o dia todo em frente à delegacia entregando fotos e panfletos em busca de pistas sobre o paradeiro do filho. “Eu andei Ribeirão Preto inteiro a pé. Sou de São Paulo, não sou daqui, não conheço nada. Fui com a cara e com a coragem, por isso acho que vou achar meu filho. Eu tenho esperança em encontrar meu filho, sei que vou ver ele vivo”, diz o produtor de eventos.

Fonte: G1

Zeudir Queiroz