Homicídio aconteceu em propriedade rural de Mato Grosso; suspeito confessou o crime e relatou à polícia discussão política
Um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) é suspeito de matar um apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O crime aconteceu na noite da última quarta-feira (7), em uma propriedade rural no município de Confresa, em Mato Grosso. Segundo a Polícia Civil, a discussão foi iniciada por questões políticas, conforme informado pelo suspeito, que tem 24 anos. Ele foi preso em flagrante e a prisão foi convertida em preventiva (sem prazo de duração) pelo Judiciário.
Bolsonarista mata apoiador de Lula no Mato Grosso
O delegado Victor Oliveira, chefe da delegacia da cidade de 32 mil habitantes, explicou ao Portal R7 que os dois eram colegas de trabalho e se conheciam havia poucos dias. Ambos atuavam em uma fazenda cortando lenha. A vítima, de 42 anos, trabalhava e morava no local havia mais tempo, já o suspeito estava no local havia dois dias, segundo o delegado.
Na noite do dia que marcou o Bicentenário da Independência do Brasil, os dois estavam sozinhos na propriedade rural e começaram a discutir sobre os presidenciáveis Lula e Bolsonaro. De acordo com o delegado, o autor informou que, no meio da discussão, a vítima o agrediu com um soco e ele revidou. A vítima, então, teria pegado uma faca, mas o suspeito conseguiu pegar o objeto.
“O suspeito começou a correr atrás da vítima, acertou um golpe de faca nas costas, depois no olho, no pescoço e vários golpes na testa. Depois, foi no barraco dele, pegou um machado e desferiu um golpe no pescoço da vítima. Em seguida, escondeu as ferramentas do crime, veio para a cidade e foi para o hospital”, afirmou o delegado Victor Oliveira.
O suspeito foi a uma unidade de saúde na manhã de quinta-feira (8) pois havia cortado a mão e estava com a cabeça machucada. A vítima teria atingido o Bolsonarista com uma pedra enquanto tentava se esquivar das facadas.
Naquele momento, o corpo da vítima havia sido encontrado e a Polícia Militar já havia sido acionada sobre o homicídio. Quando o suspeito chegou à unidade de saúde, os militares o levaram à delegacia por suspeitar que ele seria o autor. Foi quando ele confessou o crime aos policiais civis.
O autor do crime será indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil e meio cruel.
Violência em ano eleitoral
Este não é o primeiro homicídio envolvendo desavenças políticas neste ano. Em julho, o guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Marcelo Aloizio de Arruda, foi assassinado enquanto comemorava seu aniversário de 50 anos em Foz do Iguaçu, cidade no oeste do Paraná.
O agente foi baleado em sua própria festa com temática de Lula, que acontecia na Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi). Uma vigilante afirmou ter ouvido o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho gritar “aqui é Bolsonaro” antes de atirar e matar o tesoureiro do PT.
O guarda municipal foi candidato a vice-prefeito da cidade pelo PT nas eleições de 2020. O boletim de ocorrência da Polícia Civil informa que, segundo relatos de testemunhas, Guaranho era desconhecido de todos na festa. Ele chegou ao local de carro, acompanhado de uma mulher e uma criança. Com uma arma em punho, gritou “Aqui é Bolsonaro” e saiu.
Conforme o relato do boletim, vinte minutos depois o policial penal retornou ainda armado e sozinho. A esposa do aniversariante, policial civil, se identificou no momento em que Marcelo Arruda também informou ser guarda civil e sacou sua arma. Foi quando Jorge Guaranho efetuou dois disparos na direção de Arruda, que mesmo atingido e caído no chão, revidou os tiros.
Fonte: https://gcmais.com.br/
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