O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) deverá realizar, já no primeiro semestre do próximo ano, um concurso público para cargos de nível superior. O edital do certame, que terá a maioria das vagas para advogados, engenheiros e economistas, será lançado entre o início de fevereiro e março de 2015. O projeto, segundo a instituição, está sendo definido.
A informação foi divulgada ao Diário do Nordeste pelo presidente do BNB, Nelson Antônio de Souza. De acordo com ele, a instituição financeira poderá realizar mais de um concurso em 2015, dependendo da adesão de servidores ao Programa de Incentivo ao Desligamento (PID), lançado no início deste ano.
Podem solicitar o benefício, voluntariamente, os funcionários que já gozam de aposentadoria ou que estiverem habilitados a requerê-la, junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), até o próximo dia 31.
Ao todo, 331 servidores de toda a área de atuação da instituição (Nordeste, norte de Minas Gerais e norte do Espírito Santo) já foram desligados por meio do PID. O banco estima, ainda, que o número chegue a 576 até o fim do ano, pois outros 245 já aderiram ao programa.
Mais agências e pessoal
Além do PID, há uma autorização do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para ampliar o número de servidores do BNB.
De acordo com Nelson Antônio de Souza, a instituição dispõe de 7.150 funcionários. “Estamos autorizados a elevar esse total para 8.450 em 2015, considerando a abertura de novas agências”, afirma.
Atualmente, são 301 agências do BNB espalhadas em toda a sua área de atuação, sendo 46 no Ceará. A instituição espera chegar a 338 unidades até o fim de junho de 2015.
No Ceará, estão previstas as inaugurações de mais três agências, sendo duas em Fortaleza (nos bairros Passaré e Parangaba) e outra no município de Itapajé, localizado na região Centro-Norte.
Metas cumpridas
Com relação ao balanço do ano, Nelson de Souza informa que o BNB chegou a dezembro com todas as metas previstas para 2014 cumpridas.
A instituição deverá fechar o ano de 2014 com R$ 28 bilhões em valores globais contratados, o que representa um incremento superior a 20%, frente ao montante identificado no ano passado (R$ 23,2 bilhões).
Só por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), já foram contratados R$ 13,3 bilhões neste ano, contra R$ 13,1 no ano passado, um crescimento de 1,5%. Com o Microcrédito, os valores contratados deverão atingir R$ 10 bilhões neste ano, 42,8% maior que em 2013, quando o banco registrou R$ 7 bilhões.
Reconhecimento
“Estamos orgulhosos por cumprir nossas metas e ser reconhecidos. Ganhamos, neste ano, um prêmio do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), por termos o melhor programa de microcrédito da América Latina e do Caribe. Também fomos agraciados, pela agência Cantarino Brasileiro, com o 10º Prêmio Relatório Bancário. O BNB venceu a categoria Destaque 2014, sendo o banco do ano”, comemora Nelson.
Recuperação de recursos
De acordo com ele, neste ano, o BNB já recuperou R$ 2,4 bilhões em créditos inadimplentes, valor que se aproxima do identificado em 2013 (R$ 2,47 bilhões).
“O banco está numa situação bem melhor. Estamos implacáveis em relação à cobrança e ao recebimento dessas dívidas. Nesse contexto de recuperação de créditos, o banco está numa situação bem melhor. Como 2014 ainda não terminou, esperamos atingir R$ 2,5 bilhões. Também estamos bastante criteriosos com relação ao controle de gastos internos”, acrescenta o presidente do BNB. No que diz respeito aos agricultores em débito com a instituição, Nelson destaca que a maioria dos inadimplentes não pagaram suas dívidas por conta da seca, que atinge o Nordeste pelo terceiro ano consecutivo, impactando a produção no campo.
Nesse caso, informa, existem leis e resoluções que amparam os devedores. As renegociações das dívidas ainda estão acontecendo, inclusive com a participação da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). “O prazo para as renegociações, com condições especiais, pode ser estendido. Estamos trabalhando para que esses clientes voltem a operar no banco”, diz.
Investimento
Uma das reclamações feitas por Nelson é que, mesmo concedendo 57,4% do valor total de financiamentos de longo prazo no Nordeste, apenas 5% do dinheiro público federal repassado a estados e municípios entram por meio do BNB, e os outros 95% por meio de outras instituições.
Para ele, se os repasses federais feitos por meio do BNB fossem maiores, mais receitas seriam geradas para a instituição. No Ceará, o banco participa com 67,6% de todos os financiamentos a longo prazo, e com 76,8% do volume de crédito rural.
Nova presidência
O presidente do BNB adianta que deverá permanecer à frente da instituição em 2015. Ele está no cargo desde o último mês de abril e diz que, até agora, a presidente Dilma Rousseff não sinalizou para nenhuma mudança. É possível que haja troca de cargos na diretoria do banco, mas também não há nada certo.
Antes de assumir o a presidência do Banco do Nordeste, Nelson de Souza já fazia parte da diretoria do banco desde julho de 2012, como diretor de Estratégia, Administração e Tecnologia da Informação. Ele é cedido pela Caixa Econômica Federal, da qual é funcionário de carreira. “Estou numa missão, e quem define as mudanças é a presidenta”, conclui.
Raone Saraiva
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste
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