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Bahia aceita ajuda argentina após governo federal rejeitar

Imagem de divulgação da web

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou nas redes sociais nesta quinta-feira (30) que aceitará a ajuda oferecida pela Argentina às vítimas das fortes chuvas que atingiram o estado na última semana. Na noite anterior, o governo federal dispensou o auxílio do país vizinho. “Me dirijo a todos os países do mundo: a #Bahia aceitará diretamente, sem precisar passar pela diplomacia brasileira, qualquer tipo de ajuda neste momento”, escreveu o governador no Twitter.
Costa disse que os baianos e brasileiros que vivem no estado precisam de todo tipo de ajuda. “Estamos trabalhando muito, incansavelmente, para reconstruir as cidades e as casas destruídas, mas a soma de esforços acelera este processo, portanto é muito bem-vinda qualquer ajuda neste momento.”

O gestor estadual estimou em cerca de R$ 1,5 bilhão a recuperação do estado. Ele afirmou que não há registro anterior de tamanha destruição na Bahia. O governo federal chegou a anunciar R$ 80 milhões para restaurar as estradas federais no estado, valor considerado insuficiente por Costa, que diz serem necessários pelo menos R$ 400 milhões. Questionado se esperava a visita de Bolsonaro no estado, o governador respondeu que não: “O presidente durante toda a sua gestão demonstrava desprezo em relação à vida humana (…) Ele não demonstra nenhum sentimento em relação à dor do próximo”, afirmou.

As chuvas que atingem o estado desde o início do mês deixaram 24 pessoas mortas e 434 feridas. A previsão do tempo é de mais chuvas na região para os próximos dias. O total de afetados é de cerca de 630 mil pessoas, segundo dados divulgados nesta tarde pela Sudec (Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia).
Há 37.324 pessoas desabrigadas e 53.934 desalojadas. O número de municípios afetados é de 141, sendo que 132 estão em situação de emergência. As cidades que registraram mortes foram: Amargosa (2), Itaberaba (2), Itamaraju (4), Jucuruçu (3), Macarani (1), Prado (2), Ruy Barbosa (1), Itapetinga (1), Ilhéus (2), Aurelino Leal (1), Itabuna (2), São Félix do Coribe (2) e Ubaitaba (1). Há uma pessoa desaparecida em Amargosa há 15 dias.

Federal
O governo federal havia dispensado, na véspera, a ajuda humanitária oferecida pela Argentina. O país vizinho havia oferecido o envio de profissionais especializados nas áreas de saneamento, logística e apoio psicossocial para vítimas de desastres. No documento oficial, o governo brasileiro agradeceu o apoio da Argentina e justificou a dispensa afirmando que a situação na Bahia “está sendo enfrentada com a mobilização interna de todos os recursos financeiros e de pessoal necessários”.

O Ministério das Relações Exteriores disse ainda que “na hipótese de agravamento da situação, requerendo-se necessidades suplementares de assistência, o governo brasileiro poderá vir a aceitar a oferta argentina de apoio da Comissão dos Capacetes Brancos, cujos trabalhos são amplamente reconhecidos”.

Bolsonaro
Mais cedo nesta quinta-feira, Bolsonaro afirmou nas redes que a ajuda da Argentina não era necessária. Ele disse que o governo argentino ofereceu assistência de dez homens para trabalho de almoxarife e seleção de doações, montagem de barracas e assistência psicossocial à população afetada. Esse trabalho, segundo Bolsonaro, já está sendo feito pelas Forças Armadas.

Bolsonaro disse ainda que o governo está aberto a receber ajuda internacional. “Ontem, o Itamaraty aceitou doações da Agência de Cooperação do Japão: são barracas de acampamento, colchonetes, cobertores, lonas plásticas, galões plásticos e purificadores de água, que chegarão à Bahia por via aérea e/ou serão adquiridos no mercado brasileiro”, disse.

O presidente tem sido criticado por ter mantido as férias em Santa Catarina e não ter visitado a Bahia em meio ao desastre.

Fonte: https://oestadoce.com.br/

Zeudir Queiroz