Enterro ocorrerá na tarde de segunda-feira (11) em São Joaquim da Barra.
Principais suspeitos, mãe e padrasto devem prestar novos depoimentos.
Familiares, amigos e moradores de São Joaquim da Barra (SP) participam do velório do menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, encontrado morto no Rio Pardo, em Barretos (SP), na tarde deste domingo (10). O corpo chegou ao velório municipal por volta de 10h30 desta segunda-feira (11) e o enterro está previsto para acontecer às 14h, no cemitério municipal.
A mãe de Joaquim, a psicóloga Natália Ponte, e o padrasto, o técnico Guilherme Longo, foram presos na noite de domingo, após terem a prisão temporária decretada pela Justiça. Para a Polícia Civil, Longo é considerado o principal suspeito do crime, porém, a polícia não descarta a participação de Natália no desaparecimento e na morte da criança.
Exames iniciais feitos pelo IML revelaram, segundo Osinski Júnior, que o pulmão de Joaquim não apresentava água, o que descarta a possibilidade da morte por afogamento. O fato evidencia a suspeita de homicídio, já que a criança, de acordo com a polícia, foi jogada no córrego Tanquinho, nas proximidades da casa da família.
O delegado Paulo Henrique Martins de Castro não informou o local onde os dois permanecem detidos, mas confirmou que ambos devem prestar novos depoimentos na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Ribeirão Preto, nesta segunda-feira. “Temos muitas diligências a serem feitas e não podemos passar muitos detalhes para não atrapalhar as investigações”, explicou Castro, afirmando que familiares também serão convocados para prestarem esclarecimentos.
Velório
Um dos primeiros a chegar ao local foi o avô materno de Joaquim, o mecânico Vicente Ponte, que não quis comentar a prisão da filha e do genro, principais suspeitos da morte do menino. Ponte chegou ao local por volta de 9h e conversou com os jornalistas na porta do prédio. Ele voltou a dizer que a família tinha um bom relacionamento. “O Joaquim nunca reclamou de maus-tratos e nunca falou nada sobre o padrasto.”
da filha e do genro (Foto: Eduardo Guidini/G1)
Mecânico na cidade há quase 40 anos, Ponte afirmou que a família tem recebido apoio de muitos amigos e desconhecidos que souberam do caso pela imprensa. “Quero agradecer a Deus e à população da cidade que tem rezado por nós nesse momento tão difícil. A gente viveu dias de muita angústia e sofrimento e agora fomos supreendidos com esse desfecho terrível. Eu espero que os fatos sejam revelados”, afirmou o avô.
O pai de Joaquim, o produtor de eventos Arthur Paes, está hospedado em Ribeirão Preto (SP) e ainda não chegou ao local. Muitos moradores que acompanharam o caso também se aglomeram no velório para prestar solidariedade à família e dar o último adeus a Joaquim. Assim que o corpo chegou ao velório, a Polícia Militar isolou o prédio e permitiu apenas a entrada de famíliares ao local. Minutos depois, foi organizada uma fila para que as pessoas pudessem se aproximar do caixão, que está fechado.
família e se diz abalado com o caso: ‘A cidade inteira
está comovida’ (Foto: Eduardo Guidini/G1)
O comerciante Mauro Otávio Costa disse que a família do menino é muito conhecida na cidade, que tem cerca de 49,2 mil habitantes, porque o avô de Joaquim possui uma oficina mecânica há quase 40 anos, no mesmo local. “Eles são muito queridos por todos. A cidade inteira está comovida com essa história. É uma família muito boa, todo mundo conhece o Joaquim desde pequeno, ele sempre foi muito alegre. Estamos tristes”, afirmou Costa.
O sentimento é compartilhado pelo mecânico Cleciano de Arruda, de 36 anos, que disse ter trabalhado por muitos anos na mecânica do avô de Joaquim. Arruda contou que, desde que era bebê, o garoto gostava de ficar entre os carros, brincando com as ferramentas e com uma cachorra da família. “Era um menino muito alegre e ativo, sempre pulando e brincando. Não parava um minuto. A cidade está chocada com essa história.”
(Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)
Entenda o caso
Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, desapareceu na madrugada de terça-feira (5), de dentro da casa onde morava com a mãe e com o padrasto no bairro Jardim Independência. Em depoimento à polícia, Natália Ponte afirmou que notou a ausência do filho pela manhã, ao procurá-lo no quarto, por volta de 7h, para aplicar uma dose de insulina, já que o menino era diabético.
Segundo a mãe, as janelas da casa têm grades, o portão estava trancado, mas a porta da sala estava aberta. Natália afirmou que o atual marido é usuário de drogas e que teria sido ele o último a ter contato com o garoto, ao colocá-lo para dormir, por volta de meia-noite.
Dependente químico, o padrasto Guilherme Longo contou que nas últimas semanas teve uma recaída e chegou a sair de casa na madrugada em que Joaquim desapareceu para ir atrás de drogas. Ele disse que deixou a porta aberta ao sair, mas que voltou rápido porque não encontrou o que procurava.
Longo negou que a dependência pudesse oferecer riscos ao menino e às outras pessoas com quem convive. Ele também negou envolvimento no sumiço e disse que o relacionamento entre ele e Joaquim era de “pai e filho”.
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