O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, foi escolhido pela presidente Dilma Rousseff para substituir Graça Foster na presidência da Petrobras.
Na quarta (4), Graça Foster e outros cinco conselheiros pediram demissão do cargo. OConselho de Administração da companhia está reunida na manhã desta sexta-feira (6) para escolher os novos nomes da diretoria.
O conselho é composto por dez pessoas e é presidido por Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda. Ele está no conselho por indicação do acionista controlador, ou seja, o Tesouro Nacional – portanto, o governo. Os demais membros são conselheiros.Graça Foster também participa.
Confira os membros e quem elegeu cada um para ocupar o cargo:
– Guido Mantega, eleito pelo acionista controlador
– Maria das Graças Silva Foster, eleita pelo acionista controlador
– Luciano Galvão Coutinho, presidente do BNDES, eleito pelo acionista controlador
– Francisco Roberto de Albuquerque, eleito pelo acionista controlador
– Márcio Pereira Zimmermann, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, eleito pelo acionista controlador
– Sérgio Franklin Quintella, eleito pelo acionista controlador
– Miriam Aparecida Belchior, ex-ministra do Planejamento, eleita pelo acionista controlador
– José Guimarães Monforte, eleito pelos acionistas preferencialistas
– Mauro Gentile Rodrigues da Cunha, eleito pelos acionistas minoritários
– Sílvio Sinedino Pinheiro, eleito pelos empregados.
Renúncia
A renúncia coletiva ocorreu após os diretores não aceitarem o cronograma definido por Dilma Rousseff para a mudança na direção da empresa. Dilma queria que eles ficassem até o fim do mês.
Restou a Graça informar Dilma de que já não tinha condições de controlar os demais colegas de diretoria e que a mudança teria que ser antecipada para esta sexta.
Ao contrário das negativas anteriores, desta vez Dilma concordou com a saída da auxiliar, de quem é amiga. A posição de Dilma só mudou depois que o Conselho de Administração da empresa divulgou, na semana passada, uma baixa em seus ativos da ordem de R$ 88 bilhões, fruto de desvios e ineficiência na execução de projetos.
O número acabou fora do balanço não auditado referente ao terceiro trimestre de 2014, mas enfureceu Dilma, que considerou a conta descabida e superestimada. Para ela, conforme definiram assessores, a sua mera divulgação foi um “tiro no pé.”
Na opinião de ministros, a chefe da empresa jamais poderia ter deixado que os consultores contratados para fazer o cálculo chegassem a um número tão alto sem contestação da metodologia.
O episódio acabou deteriorando ainda mais a situação financeira da Petrobras, que perdeu quase 3/4 de seu valor de mercado nos últimos anos devido à política de investimentos considerada inflada e à corrupção.
Nomes
A troca na presidência da estatal só não havia ocorrido ainda por falta de um sucessor imediato a Graça Foster. Alguns dos cotados mostraram resistência em assumir o cargo antes da atual diretoria resolver os problemas do balanço financeiro da empresa.
O Palácio do Planalto procurava um nome de fora da companhia, de preferência do mercado, que dê um choque de credibilidade à empresa, mas tem enfrentado dificuldades para encontrar um executivo que se disponha a assumir o controle da estatal em meio ao maior escândalo de corrupção de sua história.
Graça Foster defendia um nome que já esteja no Conselho de Administração da estatal, como o de Luciano Coutinho (BNDES).
Fonte: Diário do Nordeste
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