Ao mesmo tempo, as atividades de siderurgia e refino de petróleo também são a base para atração de empresas
Apontado como um fator essencial para viabilizar a meta da administração estadual de atrair grandes empreendimentos para o Ceará nos próximos anos, o Porto do Pecém tem sido um dos principais “cartões de visita” usados para tornar o Estado mais competitivo, sobretudo frente ao avanço, nos últimos anos, de estruturas semelhantes no Nordeste brasileiro. Se, há até pouco tempo, projetos atualmente em execução eram apenas promessas que deixavam hesitantes possíveis investidores, as vantagens hoje apresentadas para o uso do porto vão além da localização privilegiada – próxima a ancoradouros da Europa, Ásia e África.
A Zona de Processamento de Exportação cearense é um dos trunfos do governo cearense para ampliar potencial de atratividade do Estado FOTO: BRUNO GOMES
“Temos uma estrutura de custo mais vantajosa por tonelada embarcada e desembarcada em função de que temos um regime portuário mais moderno, em que empresas terceirizadas, que são responsáveis pelo processo, não se prendem a formulações operacionais que definiram a estrutura portuária do passado e ainda cobram um custo muito elevado, o chamado custo Brasil”, destaca o presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Roberto Smith.
Estruturantes
Ele também destaca a existência da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), ainda em construção, e a instalação da refinaria Premium II, cujas obras aguardam processo licitatório. “A refinaria abre a perspectiva para a indústria petroquímica e o setor de aço também gera um efeito muito importante. Isso sem contar com inúmeras outras empresas e indústrias que estão se aproximando”, justifica.
Outro fator citado pelo presidente da Adece é a existência da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará, localizada na área do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). “Quando a gente provoca o assunto ZPE, a gente provoca o assunto do porto também, porque, embora a ZPE seja o mecanismo que incentiva (a vinda de empreendimentos), você precisa ter o porto que faça esse escoamento e essas operações junto com a gente. E, hoje, o porto do Pecém atende as operações da ZPE, que envolvem também as operações da Vale (Pecém) e da CSP”, argumenta.
César Ribeiro, presidente da ZPE cearense, diz esperar que, com a ampliação do porto e o consequente aumento da movimentação de cargas e melhoria da infraestrutura, seja ampliado também o potencial de atração de investimentos da ZPE.
Navios de grande porte
“E o porto do Pecém será beneficiado também com o alargamento do canal do Panamá, pois é um dos poucos no Brasil capaz de receber navios de grande porte Post-Panamax, que levam quantidade bastante superior de contêineres em relação aos cargueiros convencionais. Por conta de sua infraestrutura, o Ceará é hoje um local estratégico para quem quer investir não apenas no Nordeste, mas no Brasil como um todo”, acrescenta o presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Cede), Alexandre Pereira. Para ele, devido o porto do Pecém ser vinculado a uma empresa de economia mista – a Cearáportos -, o equipamento é “mais eficiente e com custos de operação mais vantajosos”. (JM)
Fonte: Diário do Nordeste
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