Missão Velha. A obra do Cinturão das Águas do Ceará que irá captar água da barragem de Jati, do projeto da Transposição do Rio São Francisco, chega a 25% da execução no trecho 1, que inclui 12 cidades do Cariri, de Jati a Cariús. Serão investidos, até a conclusão do trecho, cerca de R$ 1,8 bilhão. A meta é que em janeiro de 2016 já estejam sendo redistribuídas as águas na região.
Ontem, uma equipe de empresários dos consórcios responsáveis pela obra, técnicos do Governo do Estado e da Secretaria de Recursos Hídricos visitaram os lotes onde os trabalhos estão mais avançados, incluindo uma etapa do canal já pronta com concretagem numa extensão de mais de três quilômetros.
Apenas neste trecho de quase 150 quilômetros, estão atuando 2.700 trabalhadores e mais de 800 máquinas. O complexo trabalho de engenharia para a execução dos serviços do Cinturão das Águas envolve a construção de 10 túneis. O maior deles em extensão foi visitado na manhã de ontem. O túnel Veneza, no distrito de Jamacaru, em Missão velha, tem 2.3 quilômetros e está com 700 metros já executados. Para avançar mais rapidamente os serviços, o trabalho está sendo feito em duas frentes e por dia são cavados mais dois metros em cada uma delas.
Túneis
Cerca de 34% dos túneis já estão prontos. O mais avançado deles é o Pai Mané, em Crato, com 70% serviços já feitos. A obra do cinturão das Águas em todos os seus trechos abraçando Estado está orçada em cerca de R$ 9 bilhões com tempo previamente estimado de 10 anos para conclusão da obra, podendo chegar ao dobro deste período.
O secretário executivo da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado, Ramon Rodrigues, destacou o nível de complexidade dos serviços e todos os cuidados que vêm sendo efetivados, inclusive com estudos que possibilitem o menor impacto ambiental possível, com recuperação posterior das margens do canal, com reflorestamento. Ele ainda ressaltou que neste período de chuvas há naturalmente uma redução no ritmo dos trabalhos.
O cinturão das águas no trecho 1 beneficia diretamente as cidades de Jati, Brejo Santo, Porteiras, Abaiara, Missão Velha, Barbalha, Crato, Nova Olinda, Milagres, Farias Brito, Lavras da Mangabeira, Iguatu, Icó, Orós, Mauriti, Aurora, Cariús e Quixelô. A obra estará voltada para dar maios sustentabilidade e segurança hídrica ao Estado. Conforme o secretário, haverá um gerenciamento efetivo para melhor aproveitar a redistribuição das águas no Ceará, de acordo com a as reservas de cada região.
Além dos canais, estão sendo incluídos no trecho sifões, enterrados e aéreos, para travessia dos cursos de água, além dos túneis. Uma das características da obra é ter um sistema gravitário, dispensando em grande parte o sistema de bombeamento da água. Um dos grandes objetivos do canal no Estado é oferecer melhores condições para o abastecimento humano, mas garantir também o desenvolvimento de segmentos como a agricultura e indústria na região.
A ordem de serviço para o início das obras aconteceu, numa parceria com o Ministério da Integração, em julho do ano passado, mas apenas em novembro os serviços foram iniciados.
Audiência públicas chegaram a ser realizadas em municípios. Algumas áreas passaram por desapropriação, o que impediu o avanço maior dos serviços em alguns lotes.
Elizângela Santos
Colaboradora
Fonte: Diário do Nordeste
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