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Tradicional procissão das velas ilumina as ruas de Juazeiro do Norte

Robson Cavalcante
02 de Fevereiro de 2016. A ROMARIA DAS CANDEIAS FOI ENCERRADA NESTA TER  - regional - 03re1102  -  ELIZANGELA SANTOS

Após a tradicional procissão das velas que iluminou as ruas desta cidade, na noite de ontem. Ao fim da missa, presidida pelo bispo da Diocese de Crato, dom Fernando Panico, os devotos participaram da Bênção das Velas e seguiram em procissão até a Praça do Romeiro, na Basílica Santuário. A missa de encerramento contou com a participação de padres da Diocese e do arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta.

“É uma alegria poder participar como Romeiro, vendo o fervor do povo, ao mesmo tempo em que acontece um trabalho de evangelização. É um momento de renovar a fé e a esperança para um mundo que tanto precisa de amor”, pontuou dom Orani. O advogado Homero Bernardo Araújo, familiar da beata Maria de Araújo, contou que desde pequeno participa das romarias, um momento que ele considera ser “a reaproximação de Cristo e renovação da fé”.

No percurso, os romeiros louvaram a “Mãe das Candeias” com velas, candeeiros e lamparinas nas mãos erguidas ao céu. Os olhares marejados dos fiéis revelavam a devoção no “Padim Ciço”, patriarca do Município. O “mar de luzes”, nas ruas Santa Luzia e São Pedro, junto ao carro com o andor de Nossa Senhora das Candeias, pôde ser observado de longe. A procissão durou cerca de duas horas.

Por ser a primeira do calendário religioso da cidade, a Romaria é vista por muitos fiéis como um momento de agradecer as graças alcançadas ou mesmo pagar as promessas feitas ao longo do ano. A pernambucana Cícera Custódio Augustino, 53, diz que anualmente encontra forças para seguir até Juazeiro, “onde agradece as bênçãos alcançadas com a interseção de Deus e do Padim”. Ela faz questão de dizer que, “ao nascer, teve a graça de herdar o nome do Padre Cícero”.

Ao fim da procissão das velas, os devotos receberam a Bênção do Santíssimo na Praça do Romeiro. A romaria foi encerrada com um show pirotécnico que durou seis minutos. O pároco da Paróquia de Nossa Senhora das Dores – Basílica Santuário, Padre Cícero José, avalia que “a romaria traduz a experiência do povo de Deus, que caminha em peregrinação em busca da luz que é Jesus”. Ao conceder a bênção, dom Fernando Panico aconselhou que “essa luz da fé, que Maria nos ensina a carregar, não deve ser levada pelas ruas só hoje, mas em todos os dias de nossa vida”. De acordo com a administração da Basílica Santuário, cerca de 100 mil pessoas participaram do encerramento.

Com o tema “No caminho do Romeiro, Juazeiro é Porta da Misericórdia”, a Romaria das Candeias abriu o circuito anual em Juazeiro. A Romaria é considerada a mais bonita do ano e a terceira maior em participantes, ficando atrás apenas da Romaria de Finados – a maior do ano – e de Nossa Senhora das Dores, padroeira da cidade. Estima-se que 400 mil pessoas passaram por Juazeiro do Norte ao longo dos cinco de celebração, realizada há mais de um século.

A romaria deste ano teve um significado especial. Dom Fernando Panico abriu, no dia 29, a segunda Porta Santa da Diocese de Crato, agora na Basílica Nossa Senhora das Dores, padroeira de Juazeiro do Norte. A primeira Porta Santa foi aberta em 13 de dezembro, com o anúncio da Reconciliação da Igreja Católico com o Padre Cícero Romão Batista. A terceira e última Porta Santa será aberta em abril, no Santuário da Divina Misericórdia. A celebração faz parte dos rituais do Ano da Misericórdia.

Fonte: Diário do Nordeste.