A duplicação deveria ser concluída em até 720 dias, 24 meses. Mas, já se passaram quase três anos e não há fim
Algo que parece não ter fim. Esse é o sentimento de quem circula, hoje, pelo Anel Viário da Região Metropolitana de Fortaleza, em obras desde 2010. A duplicação deveria ser concluída em até 720 dias, 24 meses. Mas, já se passaram quase três anos e só 14% do trecho foram concluídos, segundo o Departamento Estadual de Rodovias (DER). A previsão de entrega passou agora para 2015.
Mas, dará tempo? Percorremos, ontem, os 32 Km de extensão do Anel, começando no Eusébio (CE-040), cruzando BR-116, cortando por Maracanaú e Maranguape até chegar em Caucaia, CE-020. O ritmo de trabalho parece bem lento: pontos abandonados, canteiros vazios, poucos trabalhadores na ativa e muitas incertezas no caminho. E várias são as reclamações de caminhoneiros e moradores da região. Questionam a falta de continuidade dos trabalhos, o porquê de tanta demora e a necessidade de mais transparência nos investimentos já gastos.
O aposentado Francisco José de Mesquita, 61, “monitora” os canteiros, mora bem frente ao Km 25, no bairro do Siqueira II. “É tudo muito lento, quase parando. Trabalham duas semanas e ficam um mês parado. Um absurdo. Dizem que é a chuva que está atrapalhando”, conta. O atraso nas obras torna o translado pela via complicado: são, pelo menos, três grandes engarrafamentos, às 9h, 12h e às 18h.
A vida esburacada e estreita, que recebe grande fluxo de caminhões, está cada dia mais desgastada. Nas proximidades da rotatória da Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa), o trajeto virou um rali, crateras e desníveis. O congestionamento reina.
O caminhoneiro Irineudo Ferreira Braga sente tudo isso na pele. Ele ainda relata a sua via-crúcis: são mais de 300 quilômetros percorridos a cada dia, indo e voltando, enfrentando engarrafamentos, caindo em buracos e perdendo a paciência e a saúde.
“Ninguém aguenta mais andar nesse Anel Viário, só passo porque não tem outro jeito. Essa lentidão na obra chateia, atrapalha comércio, entregas. Acho que nunca ficará pronta”, reclama o jovem motorista já com a face cansada de tanto trabalho.
Chuvas
Sobre as reclamações, o DER informa que o prazo de entrega é 2015. E os operários trabalham em regime de continuidade, até às 22h. Reconhece também que chuvas atrapalham o cronograma. Estão em obras aproximadamente 18 quilômetros: Tabapuá (BR-020/222), BR-020/222 Rotatória da CE-060 (Ceasa). Dois viadutos e três pontes foram concluídos, segundo o DER: viaduto da Nova Metrópole, viaduto da BR-020-BR222, as pontes sobre os rios Siqueira, Gavião e Coaçu. Totalizando 50% das obras especiais prontas, outras 30% estão em execução. A ação envolve recursos de R$ 200.465.573,22.
Espera
Reforma sem prazos
Desde 2010, a população local e motoristas que trafegam com frequência pelo Anel Viário da Região Metropolitana de Fortaleza aguardam a conclusão da obra, que, conforme o DER, permitirá melhoria do tráfego principalmente para o Distrito Industrial de Maracanaú, Maranguape e acesso à Ceasa. Quem passa pelo local, encontra um ritmo lento de trabalho, além de canteiros abandonados, o que vem dificultando o trajeto. Para explicar o cenário de abandono, a justificativa é, em parte, a chuva, que, embora reduzida, obriga a paralisação das intervenções, em andamento desde 2010 FOTOS: WALESKA SANTIAGO
IVNA GIRÃO
REPÓRTER
Fonte: Diário do Nordeste
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