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Silat projeta entrar em teste de produção até fevereiro

A empresa será implantada em três fases. Na primeira, que inclui duas fábricas, R$ 232 mi serão investidos


O primeiro módulo da Siderúrgica Latino-Americana (Silat), em instalação no município de Caucaia, deverá iniciar os testes de produção já entre o fim deste mês e o início de fevereiro. O empreendimento é uma laminadora do grupo espanhol Hierros Añon, em parceria com o governo estadual, que, quando concluída, fará a etapa posterior à Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) no processo de produção de aço.

A laminadora que está sendo instalada em Caucaia deverá beneficiar as placas de aço, produto este que será fabricado pela CSP fotos: Divulgação
De acordo com o diretor-presidente da Silat, Luiz Eduardo Moraes, este será o primeiro módulo da primeira fase da laminadora, que consiste na fábrica de malhas eletrossoldadas, que produzirá telas e treliças para atender à construção civil. A capacidade da unidade será de 60 mil toneladas/ano, e a expectativa apontada por ele é de que o fornecimento ao mercado já possa ocorrer no próximo mês.

“A demanda deste produto no mercado local é muito alta. Para se ter ideia, tem construtora que está trazendo este material de Goiânia, porque a procura aqui é bem maior que a oferta”, aponta.

Equipamentos
Quase todos os equipamentos para a fábrica de malhas já se encontram no site da Silat. A fábrica veio da Espanha, o país natal do grupo Hierros Añon, sócio majoritário do empreendimento, e está sendo montada aqui. Atualmente, 120 pessoas trabalham na montagem da usina em Caucaia.

Já a segunda unidade dessa primeira fase do empreendimento, que é a unidade principal, o laminador de aço, tem os testes previstos para maio deste ano. Ela produzirá vergalhões e fio-máquina, em uma capacidade instalada de 600 mil toneladas anualmente.

A Silat será implantada em três fases. Nesta primeira, que inclui as duas fábricas, estão sendo investidos R$ 232 milhões, que contam também com participação societária do governo estadual, através da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece), com 10% do empreendimento.

A segunda etapa da Silat prevê a produção de chapas laminadas, sendo 700 mil toneladas por ano. O orçamento para a instalação desta fase é de cerca de R$ 700 milhões.

Por fim, a terceira fase contemplará uma aciaria, que produzirá o tarugo, matéria-prima para a laminação de aços longos.

Beneficiamento

A Silat irá realizar o beneficiamento de placas de aço, produto este que será fabricado pela CSP. Mas a laminadora, pelo menos inicialmente, não irá adquirir dela a matéria-prima que irá utilizar. As placas de aço para a Silat serão adquiridas de outros Estados ou países.

O beneficiamento da produção da CSP, que é uma joint-venture entre a brasileira Vale e as sul-coreanas Dongkuk e Posco, será feito na Coreia do Sul.

A Silat, que iniciou suas obras de implantação há um ano, está sendo instalada em uma área de 148 hectares no quilômetro 32 da rodovia BR-222, na localidade de Primavera, em Caucaia, dentro da área destinada ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). (SS)

Durametal e governo negociam área de instalação
A empresa cearense Durametal está em tratativas com o Governo do Estado para definir a melhor área para a instalação de sua fábrica de peças automotivas e peças fundidas para geradores de energia eólica, a ser localizada dentro da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Pecém. De acordo com o presidente da ZPE Ceará, César Ribeiro, a decisão envolve questões de logística para a empresa.

De acordo com o presidente da ZPE Ceará, César Ribeiro, com investimentos da ordem de R$ 141,12 milhões, a empresa será a terceira a se instalar na Zona de Processamento de Exportação do Estado FOTO: BRUNO GOMES

“Eles estão discutindo a melhor área até pra beneficiar a cadeia produtiva que a Durametal vai usar em relação à Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP)”, explica Ribeiro. Com investimentos da ordem de R$ 141,12 milhões, a empresa será a terceira a se instalar na ZPE Ceará, que já recebe obras da CSP e da Vale Pecém.

Esta última, que é pertencente à mineradora brasileira Vale, fornecerá minério de ferro para a siderúrgica. De acordo com o presidente da ZPE, ela já está entrando com mercadorias na zona desde outubro passado, já na área de despacho aduaneiro.

A Vale Pecém está orçada em, aproximadamente, US$ 98 milhões e a previsão é de que esteja operando em sincronia com os prazos da Companhia Siderúrgica do Pecém. Sendo assim, o empreendimento deve estar em operação no segundo semestre de 2015, uma vez que a data programada para o início das atividades da siderúrgica é setembro de 2015.

Capacidade

De acordo com César Ribeiro, a ZPE Ceará já duplicou sua capacidade de admissão de mercadorias, passando de 35 mil metros cúbicos por dia para o atual volume de 75 mil metros cúbicos diários. Em relação ao número de caminhões que a ZPE está recebendo, já são entre 70 e 80 diariamente, somente com a CSP e a Vale Pecém.

“O ano de 2013 foi muito bom. O ano de 2014 vai ser um marco da ZPE, com todas as condições do que a gente está tratando a nível de contrato, de capacidade, já estamos estudando a questão da infraestrutura de acesso pra nova área da ZPE, que é a área 4. Tem muita coisa pra fazer, tem muita notícia boa pra chegar”, avalia o presidente.

Novas indústrias
Ribeiro adianta que já existem tratativas com novas indústrias interessadas em se instalar na ZPE Ceará, entretanto, ainda não podem ser divulgados nomes. Disse apenas que, entre estas negociações, está uma de um novo polo a ser possivelmente instalado na zona, sem detalhar ainda em que área de atuação seria. “A gente tá tendo frequentemente estas tratativas, lógico que isso não é fácil, isso é uma condição que tem que ser tratada na questão do empresário, da questão operacional, do mercado dela, da logística de atuação, do beneficiamento do produto que ela vai exportar, principalmente do insumo que ela vai trazer, de onde que ela vai trazer”, explica. (SS)

Fonte: Diário do Nordeste

Zeudir Queiroz