Em greve desde terça-feira, 17/9, em decorrência da invasão registrada no campus no último dia 10/9, quando um estudante foi agredido e outros alunos tiveram pertences roubados, os servidores do IFCE de Umirim decidiram, em assembleia realizada na manhã desta segunda-feira, 23/9, suspender a greve e manter mobilização para exigir segurança e condições de trabalho no campus. A assembleia também deliberou pelo envio de ofício, à Reitoria do IFCE, cobrando prazos para as ações que precisam ser implementadas para segurança aos professores, técnicos administrativos e estudantes do campus, distante 80 km de Fortaleza, e pela realização de uma nova reunião para avaliação da situação, até outubro.
As aulas no IFCE Umirim estavam suspensas desde o último dia 10/9, quando o alojamento dos estudantes foi invadido por internos que cumprem pena na Cadeia Pública de Umirim, localizada bem perto do campus da Escola Agrícola, na localidade de Floresta. Alunos tiveram roubados pertences como carteiras, celulares e mochilas, e foram ameaçados pelos criminosos. Um estudante foi agredido. O clima de total insegurança levou à paralisação das aulas. Na terça-feira, 17/9, reunidos em assembleia, os servidores entraram oficialmente em greve. A suspensão das aulas aconteceu também por deliberação da Associação de Pais dos estudantes do Instituto.
Já na manhã desta segunda-feira, 23/9, os servidores aprovaram a suspensão da greve, com imediato retorno às aulas, mas destacaram a necessidade de garantia e prazos para as soluções aos problemas que persistem no campus. Entre eles, a iluminação da estrada de acesso ao campus, a construção de um muro para maior proteção à comunidade acadêmica, a construção de um novo alojamento para os estudantes e de um poço profundo, destinado a resolver o problema de escassez de água no campus.
Integrante da diretoria do Sindicato dos Servidores do IFCE (SINDSIFCE), o professor Venicio Soares destacou que as medidas anunciadas pela Reitoria do IFCE quanto aos problemas no Campus Umirim só foram tomadas após o novo episódio de violência registrado no local e depois de o caso ganhar visibilidade em todo o Estado, causando forte comoção social. “Os servidores têm compromisso com os estudantes, mas a Reitoria precisa garantir condições de trabalho e de segurança. Por isso os servidores avaliaram as medidas tomadas até aqui e decidiram suspender a greve e voltar às aulas, mas também cobrar da Reitoria prazo para efetivação das ações que seguem necessárias”, destacou Venicio.
“Não adianta haver apenas medidas pontuais, sem que haja um compromisso da Reitoria e um prazo para que sejam garantidas as soluções definitivas, que dependem de ações de maior porte”, acrescenta o integrante da diretoria do SINDSIFCE. “A greve está suspensa, mas continua a mobilização dos servidores, estudantes e pais, cobrando a efetivação das promessas realizadas pela Reitoria, de modo concreto e com prazos definidos”.
Mobilização continua
Durante a assembleia, o diretor do IFCE Umirim, professor Anderson Ibsen Lopes, destacou as medidas já implementadas, como aumento do efetivo de vigilantes (com quatro novos seguranças) e disponibilização de transporte, sob responsabilidade da Prefeitura de Umirim, para condução dos estudantes ao campus e retorno ao Centro da cidade.
Os servidores, porém, ressaltam que o clima de insegurança e medo continua, sendo necessárias ações de maior porte, para resolver o problema. Daí a decisão pela suspensão da greve, mas pela manutenção da mobilização no Campus Umirim. Aproximadamente 100 estudantes, que acompanharam a assembleia, também apoiaram a proposta de retorno às aulas, com continuidade da mobilização por mais segurança.
Assessoria de Imprensa
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