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Sem transposição, apenas chuvas evitarão colapso de água no Ceará

Se não houver atrasos, obras do São Francisco deverão ser entregues no segundo semestre de 2017. Enquanto as águas não chegam ao Estado, governo investe em ações paliativas e torce por boa quadra chuvosa

Se não houver atrasos, obras do São Francisco deverão ser entregues no segundo semestre de 2017. Enquanto as águas não chegam ao Estado, governo investe em ações paliativas e torce por boa quadra chuvosa
Se não houver atrasos, obras do São Francisco deverão ser entregues no segundo semestre de 2017. Enquanto as águas não chegam ao Estado, governo investe em ações paliativas e torce por boa quadra chuvosa

O atraso na entrega das obras de transposição do rio São Francisco torna a situação hídrica ainda mais crítica no Ceará. Sem o canal de distribuição de água, o governo e especialistas afirmam que o Estado ficará mais vulnerável, a mercê de chuvas, que talvez não sejam suficientes.

O secretário dos Recursos Hídricos do Estado, Francisco Teixeira, afirma que, sem as águas do rio, aumenta o risco de falta de abastecimento na Região Metropolitana de Fortaleza.

“O governador Camilo Santana já apresentou ao ministro Hélder Barbalho algumas demandas de ações que diminuem o impacto, como retirar o volume morto do (açude) Castanhão. Outras saídas estão sendo pensadas, mas na realidade o que deveria haver era agilidade de conclusão da transposição do São francisco”, diz.

Agora prevista para o segundo semestre de 2017, a entrega da obra foi adiada mais uma vez. De acordo com o governo federal, a empreiteira responsável pelo trecho que traz águas para o Ceará, a Mendes Júnior, desistiu do contrato em julho. A empresa, uma das implicadas na Operação Lava Jato, passa por dificuldades.

A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) alerta que a quadra chuvosa de 2017 pode ser não ser tão boa quanto o esperado. Isso porque estudos indicam que o fenômeno La Niña, que costuma trazer chuvas, pode ser mais curto e influenciar pouco nas precipitações no Estado. As previsões do órgão sobre a quadra chuvosa, que começa em fevereiro, só serão divulgadas com mais precisão em janeiro.

O representante do Ministério da Integração Nacional, Jonathan Assunção, veio a Fortaleza para dizer que o cronograma não poderá ser alterado. Portanto, se não houver contestações, a licitação que será aberta em dezembro deverá contratar nova empresa em fevereiro e entregar as obras seis meses depois.

Jonathan participou de reunião com produtores, empresários e deputados ontem à noite na Assembleia Legislativa. Ele explicou que uma consulta pública está sendo feita antes da abertura da licitação, que ainda não tem valor definido, mas deverá ficar na casa dos R$ 600 milhões.

Faltam cerca de 10% das obras para concluir o trecho do Eixo Norte que liga o São Francisco ao Ceará, através da entrada no município de Jati, a 545 km de Fortaleza.

Dispensa de licitação

Parlamentares cearenses e empresários cobraram que o governo federal considerasse uma dispensa de licitação, que pode ser realizada quando a previsão de conclusão de obras é de até 180 dias.

Uma comissão será criada para pressionar o Ministério da Integração Nacional a fazer a dispensa de licitação, o que poderia adiantar em cerca de um mês a entrega das obras e evitar recursos de empresas perdedoras na licitação. “Com a dispensa de licitação, os valores são os mesmos, não seriam atualizados. Sairia até mais barato”, diz Teixeira.

NÚMEROS 

124

municípios cearenses, dos 184, estão em situação de emergência

Saiba mais

Exército

O deputado Danilo Forte (PSB) diz que sugeriu ao governo federal que usasse o exército e seu corpo de engenheiros para agilizar a obra e encurtar o prazo. No entanto, o secretário de recursos hídricos, Francisco Teixeira, explica que partes do processos exigiriam licitação, o que teria pouco impacto no prazo final de entrega da obra.

Encaminhamentos

De acordo com o deputado estadual Carlos Matos (PSDB), haverá reunião da bancada cearense na próxima sexta-feira, às 15 horas, para discutir a pauta e encontrar formas de pressionar o ministro Hélder Barbalho a resolver o problema de água no Estado. “Essa reunião serviu para vermos o que seria possível de ser realizado”, disse.

Fonte: http://www.opovo.com.br/

Zeudir Queiroz