Eleições 2024

Seca provoca quebra de safra de 83,72% no Ceará

O décimo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado no período de 16 de outubro a 15 de novembro, mostra que, dos 46 produtos pesquisados, em relação ao mês anterior, 31 deles variaram, sendo 23 negativamente e oito positivamente.

O Levantamento, divulgado ontem, tem por base a produção em perímetros irrigados, já que no segundo semestre não ocorre mais o período chuvoso no Ceará. Ele foi elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no Ceará (IBGE), através do Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias do Ceará (GCEA-CE).

No período de referência, variaram negativamente: algodão herbáceo de sequeiro, arroz de sequeiro, arroz irrigado, batata doce, fava, feijão de arranca de 1ª safra (Phaseollus), feijão de corda de 1ª safra (Vigna), feijão de corda de 2ª safra (Vigna), fumo, milho (grão), milho (semente), tomate, melancia, abacaxi, cana-de-açúcar, mamona, mandioca, acerola, abacate, ata (pinha), banana de sequeiro, café em grão (arabica), castanha-de-caju (gigante e anão), coco-da-baía (seco e água), laranja, limão, graviola, manga de sequeiro, maracujá, siriguela, mamão, tangerina e uva.

REDUÇÕES
Para o grupo de cereais, leguminosas e oleaginosas, todas as variações foram decrescentes, exceto o amendoim, que cresceu devido a reavaliações nos municípios de Crato e Farias Brito, cujas perdas na produção foram menores que aquelas informadas anteriormente.

No caso do feijão de corda 2ª safra, a redução na área e na produção foi em virtude dos produtores substituírem grande parte da área prevista para o plantio, por pastagem para salvar os seus rebanhos – nos município de Alto Santo e Morada Nova -, sendo a mesma medida adotada para o arroz irrigado. O milho teve perda total da produção em Capistrano e Baturité.

Com isso, a produção agora esperada é de 234.190 toneladas (t), contra a estimativa inicial (1.438.395 t), decréscimo de 83,72%. Em relação ao mês anterior (237.304 t), a redução foi de 1,31% e, em relação à safra obtida no ano passado (1.300.455 t), estima-se uma redução de 82%.

Até o dia 23 de novembro, segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), das 11 bacias hidrográficas cearenses, as bacias da Serra da Ibiapaba, Alto e Médio Jaguaribe e Acaraú possuem os maiores percentuais em volume armazenado. Já as Bacias dos Sertões de Crateús, Baixo Jaguaribe Curu e Litoral apresentam os menores. Das 11 bacias hidrográficas, 7 estão com a capacidade abaixo de 50% (Coreaú, Banabuiú, Salgado, Litoral, Curu, Baixo Jaguaribe e Sertões de Crateús), além da sub-bacia Metropolitana. No cômputo estadual, o Ceará apresenta 51,65% da capacidade em volume de água armazenada, correspondendo a 9,418 bilhões de metros cúbicos.

LEVANTAMENTO
Quanto a frutas frescas, variaram positivamente, apenas, a banana e manga irrigadas, além da goiaba. A produção esperada é de 1.107.266 t, crescendo 0,83% em relação a 2011 (1.098.170 t), decrescendo 0,66% em relação ao mês anterior (1.114.588 t) e 4,36% em relação à primeira estimativa (1.157.718 t).

No grupo composto por frutos secos, a produção de castanha-de-caju é decadente, por conta da estiagem. Já são 2.468 hectares em 22 municípios que sequer conseguiram produzir uma tonelada de castanha-de-caju (gigante) e são 204 hectares em 10 municípios que também não conseguiram produzir uma tonelada de castanha-de-caju (anão). No cômputo geral, a castanha-de-caju (total) reduz sua estimativa de produção para 43.945 toneladas (-43,44%), significando decréscimo acumulado de 60,66% ao se comparar à safra 2011 (111.718 toneladas) e redução de 73,96%, comparando-se à primeira estimativa (168.773 t).

A mandioca decresce 8,93% em relação ao mês anterior (551.818 t), passando para uma produção estimada em 515.556 toneladas, significando redução de 52,44% em relação à estimativa de janeiro e de 43,88%, comparando-se à safra 2011 (836.606 t).

Por fim, a cana-de-açúcar irrigada permanece com a expectativa da estimativa de produção de 113.998 toneladas, representando imenso crescimento em relação à primeira estimativa (3.484,84%) e em relação à safra passada (3.553,78%). Este grande incremento é devido ao desmembramento deste produto em irrigado e de sequeiro.

O Estado – CE

 

Zeudir Queiroz