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Sangria de açudes é celebrada como sinônimo de fartura e diversão no Ceará

A sangria de açudes cearenses traz alegria e anima o cenário da quadra chuvosa, com a esperança de abastecimento para os municípios que mais precisam. A cheia também é sinônimo de fartura e diversão para famílias. Atualmente, 20 açudes cearenses sangram e com essa sangria vem a época da pesca e do famoso “banho na barragem”.

Em visita a dois dos reservatórios com capacidade hídrica em 100%, O POVO Online se deparou com pescadores em busca de colocar comida na mesa. No açude Cocó, que sangra desde o último dia 23 de fevereiro, Cleyton da Costa, 42, morador do bairro Conjunto Palmeiras, sempre pescou, mas intensificou a atividade após ser aposentado de seu ofício por invalidez. “Desde criança eu pesco, e agora, eu sempre trago meus filhos para brincar e também para ajudar, né?”, comenta.
Enquanto empunhava as redes de pesca, seus três filhos brincavam na água e por vezes ajudam o pai a armazenar os peixes fisgados em um pequeno balde.
Ele avalia que o período da sangria é muito importante para sua família. “O sangramento traz fartura, né?”, diz. Na quarta-feira, 18, Cleyton chegou ao Cocó às 7h30min e até a reportagem ir embora do local às 12h30min, permanecia na água com sua rede de pescar tentando garantir o sustento da sua casa. “Pesco só pro consumo mesmo”, conta.
No açude Maranaguapinho, localizado entre os municípios de Maracanaú e Maranguape, o cenário não era diferente. Em sangria desde o fim de março, homens pescavam para ter comida na mesa e crianças aproveitam a água para se divertir e se refrescar. José de Aquino, 65, reside em Maracanaú e pesca por “hobby” e também para comer. “Eu venho de vez em quando, assim que sangra. Pescar é bom porque sai melhor que comprar porque é muito caro.”, conta. Os pescadores indicam que a pesca é farta de peixes da espécie Cará e de camarões. 
Rogério Mineiro, 48 também vem periodicamente, especificamente quando acontece a sangria. Evanilson da Silva, 33, de Maranguape, comenta que gosta vir muito ao Maranguapinho para admirar. Os visitantes afirmam que o movimento durante a semana é mais para a pesca e que no fim de semana o açude é local de lazer, com pessoas indo para tomar banho.
O Cocó e o Maranguapinho fazem parte dos 20 açudes em sangria no Ceará e permanecem com sua capacidade em 100%. Este número dobrou em duas semanas, no último dia 4 de abril eram apenas dez. Segundo a Companhia de Gestão e Recursos Hídricos (Cogerh), 27 açudes estão com volume acima de 90% enquanto 87 tem volume inferior a 30%.
Fonte: /www.opovo.com.br
Zeudir Queiroz