Luíza Judite Alencar do Nascimento (49) foi presa e seu filho F. R. A. de 16 anos apreendido na manhã de quarta-feira 23/10/2013 no município de Salitre no extremo Sul do Ceará.
A prisão e apreensão se deu por conta de um bárbaro crime que chocou a pacata Cidade de Salitre, Judite vivia maritalmente a anos com José Maximinio de Alencar Neto (44), mais conhecido como “Zé Gato”, vaqueiro bastante conhecido e querido na Cidade o “Zé Gato” residia com sua companheira e o filho dela na Zona Rural de Salitre na localidade de Baixinho a cerca de 8km do centro da Cidade.
Segundo a assassina confessa, que em entrevista exclusiva a Canta Galo FM de Salitre, tudo ocorreu da seguinte forma “Mais ou menos no dia 01 de Outubro de 2013, o seu companheiro “Zé Gato” chegou na sua residência por volta das 19:00hs embriagado, foi quando o mesmo pediu que Judite lhe servisse uma dose de cachaça, a mesma aproveitou a oportunidade e colocou junto com a bebida uma ampola de (Diazepan) e lhe serviu”.
“Por volta das 20:30hs da mesma noite, o seu companheiro caiu da cadeira e a mesma o arrastou até o quarto, no dia seguinte, Judite logo cedo foi até a Cidade e retornou a sua residência as 14:00hs e constatou que o seu companheiro estava morto. Retornou a Cidade e chamou o seu filho adolescente para lhe acompanhar até sua casa, lá chegando, Judite cavou uma cova rasa dentro do chiqueiro das ovelhas e com a ajuda do seu filho já na manhã do dia 02/10 enterrou o corpo do seu companheiro na cova envolto a um lençol e a capa do colchão da cama do casal”.
O local da ocultação do cadáver fica a cerca de 20 metros da casa onde Judite vivia com “Zé Gato”. Judite trabalhava no Hospital Municipal de Salitre e provavelmente tenha furtado o medicamento que supostamente tenha causado a morte do seu companheiro, já que trata-se de um medicamento de uso restrito.
Conforme a polícia, José Neto (Zé Gato) estava desaparecido da localidade de Baixinho, havia 22 dias. Preocupados com a falta de notícias, familiares do vaqueiro compareceram a Delegacia de Polícia Civil de Campos Sales onde registraram um Boletim de Ocorrência.
Convidada à prestar depoimento para ajudar nas investigações do desaparecimento, Judite acabou se contradizendo, passando a produzir diversas versões que levaram o delegado Dr. Sérgio Pereira dos Santos a suspeitar de um provável envolvimento da mulher no sumiço da vítima.
Chamou a atenção da polícia a informação levantada por Judite junto aos familiares do vaqueiro dando conta de que ele vinha fazendo contatos com ela através de um número de telefone celular. “Ela, inclusive, chegou a passar esse número aos demais familiares da vítima. Várias tentativas foram realizadas pelos familiares que queriam saber do paradeiro dele. As ligações, no entanto, sempre acabavam encaminhadas à caixa postal”, disse o delegado.
Ao retornar para casa após o depoimento, a mulher acabou sendo pressionada por irmãos a contar o que realmente havia acontecido e indicar o paradeiro de (Zé Gato). “Ela chegou nervosa em casa e, percebendo que havia algo errado, a família então a pressionou”, comenta o policial.
Terça-feira (22), por volta das cinco da manhã, um irmão de Luíza Judite que mora em Brasília telefonou à delegacia. Durante o telefonema, o homem disse que o vaqueiro teria sido assassinado por sua irmã e que o corpo teria sido escondido com o auxílio do sobrinho, um menor de 16 anos.
A polícia, então, mandou que Luíza Judite comparecesse novamente à delegacia, desta vez acompanhada pelo filho F. R. A, que era enteado da vítima.
Luíza Judite, segundo o delegado que preside o inquérito, negou a autoria do homicídio. “Quando ela foi informada de que o irmão havia telefonado à delegacia, ela disse que o José Neto (Zé Gato) havia morrido após ter se sentido mal durante o jantar e que, com medo da família dele, havia decidido enterrá-lo num curral, distante cerca de 20 metros da casa onde eles moravam”, informou o delegado.
A versão apresentada por ela foi desmentida pelo filho, que também prestou esclarecimentos à polícia. Conforme contou o adolescente, Luíza Judite teria assassinado o companheiro. “Há indícios que apontam possível premeditação”, frisa o policial civil que descobriu que, há cerca de um mês, a acusada teria furtado remédios do local onde trabalhava.
O delegado disse que o menor explicou que a mãe utilizou duas ampolas de (Diazepan) para envenenar a vítima ou causar-lhes efeito que o levaria a óbito. “Ele estava jantando e, no momento em que teria ido ao banheiro, ela despejou o conteúdo das duas ampolas no copo em que ele bebia uma dose de cachaça”, explicou.
Após a confirmação da morte do vaqueiro, Luíza Judite teria ocultado o corpo da vítima em uma cova aberta em um curral com a ajuda do filho adolescente. O crime chocou a população de Salitre. Durante todo o dia de ontem (23/10) o clima na Cidade era de revolta. Por medida de segurança, os dois acusados foram recambiados à cadeia publica de Campos Sales, por determinação do delegado Sérgio Pereira dos Santos.
O adolescente que ajudou a mãe a esconder o corpo do padrasto também se encontra apreendido na cadeia pública de Campos Sales. Já a acusada de ter praticado o homicídio foi presa em flagrante por ocultação de cadáver e deverá ser indiciada, também, por homicídio triplamente qualificado.
A polícia informou que mesmo com a prisão de mãe e filho, não está descartada a possibilidade de envolvimento de um terceiro elemento na morte do vaqueiro. “Nós estamos investigando esta possibilidade. Embora já haja uma prisão em flagrante e a apreensão do menor que auxílio na ocultação de cadáver, as investigações sobre o caso ainda não foram encerradas”, concluiu o delegado.
Fonte: Cariri Guia
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