Safra deve ter resultado pífio de 251 mil toneladas no Ceará

Em relação às previsões do mês anterior, a perspectiva é de 2,30% de decréscimo no volume produzido Em novembro, o prognóstico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a safra de grãos do Estado em 2013, indica que a produção deve somar 251.014 toneladas de grãos. O número corresponde a uma queda de 79,87% ante a primeira estimativa do ano, de 1.246.856 toneladas. As projeções confirmam a suspeita levantada no relatório de outubro de que o Ceará deve amargar em 2013 a segunda pior colheita dos últimos 18 anos, ficando atrás somente de 2012, que foi um ano de seca intensa. Dentre os grãos, quem puxou a queda na produção agrícola do Estado foram o milho e o feijão, que têm maior participação na safra cearense Foto: Kid Júnior Em relação às previsões do mês anterior, a perspectiva é de 2,30% de decréscimo no volume produzido. E comparativamente à safra de 2012, quando foram colhidas apenas 233.857 toneladas, a expectativa é de 7,34% de incremento. Os dados, divulgados ontem, constam no décimo primeiro Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), feito entre 16 de outubro e 15 de novembro de 2013, pelo Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias do Ceará (GCEA-CE). De acordo com o relatório de ocorrências, o levantamento ocorre num contexto de escassez de precipitações chuvosas associada ao baixo volume de água armazenada nos reservatórios do Estado, o que coloca em evidência as culturas irrigadas. O levantamento mostra que no grupo de cereais leguminosas e oleaginosas, somente dois produtos apresentaram alterações positivas nos prognósticos em relação ao mês anterior, enquanto oito variaram negativamente. As variações positivas ocorreram justamente com duas culturas irrigadas: o algodão herbáceo irrigado e o arroz irrigado. Dentre os grãos, quem puxou a queda na produção agrícola do Estado foram o milho e o feijão, que possuem maior participação na safra cearense, sendo plantados em todos os 184 municípios cearenses. Carro-chefe da produção, com cerca de 67% de participação, o milho em grão experimentou retração de 85,16% em novembro em relação à primeira estimativa do ano, caindo de 877.248 toneladas previstas em janeiro para 130.165 toneladas. Segunda cultura mais importante do Estado, o feijão de corda sofreu 80,85% de redução nas projeções de novembro face a previsão de janeiro, quando eram estimadas 241.054 toneladas. A décima primeira estimativa deste ano prevê a produção de 46.159 toneladas do item. Maior queda Em termos percentuais, porém, quem experimentou a maior queda foi o arroz de sequeiro. A primeira estimativa indicava a produção de 38.587 toneladas, enquanto a última, em novembro, projeta que serão produzidos apenas 4.824 toneladas do produto este ano – uma queda de 87,5%. “Apesar de ser a maior variação negativa dentre os grãos, não podemos dizer que o arroz de sequeiro lidera as perdas, pois ele tem uma representatividade bem menor em relação ao milho e ao feijão, sendo cultivado em apenas 71 municípios cearenses”, explica a coordenadora do GCEA, Regina Feitosa. De acordo com ela, “as variações positivas experimentadas pelo algodão herbáceo irrigado e o arroz irrigado não causaram maior impacto no resultados total esperado para a safra agrícola do Ceará devido à pequena representatividade das duas culturas, que estão presentes, respectivamente, em apenas 20 e 15 municípios cearenses”. ÂNGELA CAVALCANTE REPÓRTER Do Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz

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