Sem definir prazos, a estatal afirma que o projeto continua inalterado e permanece em avaliação
Após o governador Cid Gomes afirmar que o início das obras da refinaria Premium II só depende da Petrobras e que pedirá à presidente Dilma Rousseff que interceda no caso, cobrando um cronograma para as primeiras intervenções no terreno onde o empreendimento será instalado, a estatal ainda não apresentou um posicionamento sobre quando começará de fato a construção.
Para o governador Cid Gomes, a questão do terreno a ser desapropriado não é, e nunca foi, impedimento para que as primeiras obras ligadas ao empreendimento possam começar Foto: Alex Costa
Na última semana, conforme mostrou ontem, com exclusividade, o Diário do Nordeste, Cid Gomes disse que a desapropriação do terreno que irá compor a Reserva Indígena Anacé não é – e também nunca foi – impedimento para que as intervenções comecem. O verdadeiro entrave, comentou, é de ordem financeira. Ele também informou que solicitou uma audiência com a presidente para tratar do assunto. O encontro deve ocorrer na próxima semana.
Questionada, ontem, sobre as declarações do governador e se possui um cronograma para o início das obras, a Petrobras limitou-se a informar, por meio de sua assessoria de imprensa, que “o status do projeto continua inalterado. Ou seja, está em avaliação, como consta no Plano de Negócios 2012-2016”.
Cautela
Para o economista e diretor de Ciência e Tecnologia da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Francisco Lima Matos, um dos principais entraves para o começo da construção da refinaria é a cautela da Petrobras em relação a novos grandes empreendimentos.
“Quando a nova presidente (Maria das Graças Foster), assumiu, ela afirmou que a Petrobras estava num caminho não adequado”, comenta, destacando o caso da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, a qual foi apontada por Foster como um exemplo a ser estudado para que não se repita. Ele frisa, todavia, o anseio, “não só da indústria, mas de todos os cearenses”, pela concretização da Premium II, que deverá implicar na atração de diversas empresas para o Ceará. “Quanto mais cedo isso acontecer, melhor para o Estado”.
Pressão política
Segundo o deputado federal Danilo Forte (PMDB-CE), a participação da presidente Dilma Rousseff, neste momento, “poderá ser decisiva” para o começo das atividades no terreno destinado à Premium II. Para o parlamentar, uma pressão política maior, não só por parte da presidente, pode fazer avançar o projeto.
Forte também ressalta que, apesar dos possíveis receios da Petrobras, o projeto da Premium II “tem tudo para ser rentável” para a empresa, que registrou, em 2012, seu primeiro prejuízo líquido em 13 anos. “O único senão seria se a Petrobras não tivesse capacidade de investir, mas ela tem. Com todas as dificuldades, é a maior empresa do País”, salienta.
Etapas iniciais
Para que as primeiras obras sejam iniciadas, a Petrobras precisa de novas autorizações ambientais, que estão sob análise da Superintendência Estadual de Meio Ambiente (Semace). Já a Fundação Nacional do Índio (Funai) está analisando o documento revisado do Plano Básico Ambiental (PBA) da refinaria.
As intervenções a serem realizadas são de desmatamento para construção do cercamento, o próprio cercamento e instalação de guaritas e áreas de servidão.
Do Diário do Nordeste
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