A reunião da cúpula de líderes do G-20 (fórum informal que promove debate entre países industrializados e emergentes sobre assuntos-chave relacionados à estabilidade econômica global), a ser realizada nos próximos dias 4 e 5 de setembro na China, será mais uma oportunidade para o governo cearense retomar as negociações envolvendo a instalação de uma refinaria no Estado, projeto cobiçado há décadas pelo governo local e abandonado pela Petrobras em janeiro do ano passado.
Durante o evento, que ocorrerá na cidade de Hangzhou, os governos chinês e brasileiro deverão assinar a confirmação do acordo Brasil-China, firmado em maio de 2015 pela presidente afastada Dilma Rousseff e pelo primeiro ministro chinês Li Kequiang, que trata da instalação de uma refinaria de petróleo em terras cearenses por investidores chineses.
‘Sonhar novamente’
“É um projeto que nos permite sonhar novamente, como sonhamos um dia com a construção da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Por conta dessa conturbação política e econômica no País, o acordo Brasil-China ficou meio ameaçado. Mas nosso trabalho foi assegurar que, no atual governo, a refinaria estivesse dentro das prioridades brasileiras, como já estava quando o acordo foi assinado no ano passado”, afirmou o assessor especial para Assuntos Internacionais do Governo do Ceará, Antônio Bahlmann, durante evento que marcou, ontem (22), a inauguração do novo Descarregador de Minério e da Correia Transportadora no Porto do Pecém.
De acordo com Bahlmann, além de confirmarem a parceria com a China, o presidente interino, Michel Temer, e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deverão assinar com o presidente chinês, Xi Jinping, a aprovação do fundo que viabiliza o financiamento dos 35 projetos – avaliados em US$ 53 bilhões – previstos no acordo Brasil-China, nas áreas de planejamento, infraestrutura, comércio, energia, mineração, entre outras.
Prioridade
“O fato de a refinaria ser prioridade dentro do acordo é a chave da estratégia que nós montamos quando a Petrobras saiu. Queremos que seja utilizada a mesma planta para a construção do empreendimento, para que tenha o mesmo porte previsto no projeto e, talvez, seja ainda mais moderno. Porque os asiáticos têm mais tecnologia na área de refino do que a Petrobras”, destaca o assessor especial para Assuntos Internacionais do Ceará.
Conforme Bahlmann, a partir das assinaturas dos documentos, será criada uma comissão formada por chineses e brasileiros a fim de regulamentar o fundo para que as operações financeiras ligadas aos projetos do acordo comecem até o fim deste ano. “Com isso, vamos dar um passo gigantesco rumo à construção da refinaria no Ceará”, acrescenta o assessor.
Acordo para a ZPE
O governador do Ceará, Camilo Santana, ainda não decidiu se vai à China para acompanhar a reunião do G-20. Mas, segundo Bahlmann, Camilo deverá estar no país asiático no dia 6 de setembro para uma reunião com o governador da província de Fujian. A expectativa é que sejam firmados acordos também com foco em investimentos bilaterais.
“O vice-governador de Fujian esteve aqui, no Ceará, neste ano. Estamos prevendo a conjugação de interesses comerciais, principalmente, entre as ZPEs (Zonas de Processamento de Exportação) dos dois lugares. A nossa ZPE, inclusive, terá um estande na Cift (Feira Internacional de Investimento e Comércio da China), uma das mais importantes do mundo”, diz o assessor de Assuntos Internacionais do Governo do Ceará.
Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
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